A babá Thayná de Oliveira Ferreira demonstrou arrependimento em seu novo depoimento no caso Henry, realizado na última segunda-feira (12). Em entrevista ao UOL, a advogada de Thayná, Priscila Guilherme Sena, revelou que ela chorou em relato ao delegado Henrique Damasceno, da 16ª DP do Rio de Janeiro.
— A Thayná se emocionou bastante nos momentos em que lembrava do menino. Ficava dizendo que ele era muito carinhoso. Durante o depoimento, ela chorava muito e dizia: "O senhor me desculpe por ter mentido" — revelou Priscila, ao UOL.
A Polícia Civil do Rio alegou que a babá mentiu em sua primeira versão após obter prints de conversas entre a mãe de Henry e ela, que revelavam as agressões. Diante disso, um novo depoimento foi realizado e, segundo a defesa, Thayná está sofrendo ameaças nas redes sociais desde então.
O momento mais marcante da nova declaração, que durou mais de oito horas, foi sobre o dia em que a babá relatou as agressões.
— Ela (Thayná) ficou espantada com a reação da mãe. Depois do relato das agressões, a mãe falou: "Nossa, eu vim correndo. Até borrei as minhas unhas". Ela também se surpreendeu que, em vez de ficar com o menino, ela viajou (com Jairinho) um dia depois do episódio. Thayná disse que tudo era muito louco naquele apartamento e ela achou que a mãe iria tomar uma atitude, mas isso não aconteceu — contou Priscila.
Segundo a advogada, a babá começou a trabalhar na casa de Jairinho após uma indicação da própria mãe, a partir do dia 18 de janeiro.
Medo
Um dia antes de apresentar a nova versão, no domingo (11), Thayná se encontrou com Priscila na casa da mãe da babá, em Bangu, zona oeste do Rio. A conversa, que durou três horas, ela demonstrou nervosismo.
— Ela (Thayná) me perguntou: "Doutora, eu vou ser presa?". Eu só falei que ela precisava contar a verdade. Aí, ela me contou exatamente o que está no depoimento, relatando os três casos de agressões, quando o menino aparecia machucado (após estar com Jairinho) — disse Priscila ao UOL.
A respeito da primeira versão, Thayná revelou que se sentiu pressionada por Monique e com a abordagem do advogado André França Barreto, que deixou o caso nesta semana. No depoimento, ela também contou que foi levada ao escritório de Barreto após a morte de Henry.