Uma das primeiras respostas para o mistério que cerca a localização de um corpo dentro de um saco no meio da rua na zona sul de Porto Alegre chegou por meio da perícia. A vítima foi identificada por meio das impressões digitais como Adryãn Juliano Souza Campos, 19 anos. Natural de Bagé, na Campanha, o jovem vivia na Capital em um condomínio nas proximidades do local onde foi achado morto. Um dia antes, ele havia desaparecido.
O corpo de Adryãn foi encontrado na tarde de sábado (3), quando profissionais do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) limpavam a Rua Doutor Campos Velho, no bairro Cristal. Estava na calçada, nas proximidades da esquina com a Rua Ursa Maior, dentro de um saco para armazenamento de caliça (resíduos de obras). Naquele momento, ainda não se sabia quem era a vítima, somente que aparentava ter cerca de 20 anos e não tinha nenhum ferimento evidente.
O jovem acabou identificado por meio das impressões digitais, coletadas pelo Instituto-Geral de Perícias. A perícia ainda deverá apontar a causa da morte de Adryãn. Ele tinha uma espécie de faixa de tecido, semelhante a um roupão ou quimono, enrolado no pescoço. Uma das suspeitas é que possa ter sido asfixiado, mas a confirmação depende do laudo da necropsia.
Natural de Bagé, Adryãn também morou em São Borja, na Fronteira Oeste, a cerca de 500 quilômetros da Capital. Mudou-se para Porto Alegre para viver com uma prima. Há cerca de quatro meses, começou a namorar e há um mês foi residir com a namorada em um condomínio. Por volta das 22h de sexta-feira, teria saído do residencial e não retornou.
– Ele saiu em direção à Vila Resvalo, ali nas imediações de onde sumiu. A namorada não estava em casa, mas viu pelas câmeras do condomínio que ele foi naquela direção – explica o delegado Newton Martins de Souza Filho.
Investigação
O local onde Adryãn foi encontrado morto fica a pouco mais de um quilômetro da Vila Resvalo. Além do cadáver ter sido abandonado no meio de uma rua movimentada, a possível causa morte também intriga a polícia. Os familiares relataram aos investigadores que o jovem era usuário de drogas e que costumava comprar os entorpecentes em um ponto de tráfico naquela comunidade. Adryãn, segundo a polícia, tinha passagem por crimes como posse de entorpecentes e porte ilegal de arma de fogo.
– Existe esse indicativo de que ele estaria pelo menos se dirigindo para o consumo de drogas. Mas, de fato, as mortes envolvendo tráfico são quase todas com tiro. Essa destoa da maioria. Mas não se descarta. Estamos apurando – afirma o delegado.
Como é uma rua movimentada, com residências, condomínios e comércios nas proximidades, a polícia tenta obter imagens de câmeras de segurança que ajudem a desvendar o crime. Uma das dúvidas é sobre o horário no qual o corpo foi abandonado, já que foi encontrado durante a tarde, no dia seguinte ao sumiço.
– Precisamos saber como ele foi parar ali. Se foi usado algum veículo, por exemplo – explica o policial.
Além disso, a polícia busca agora ouvir pessoas que tinham alguma relação com a vítima, para saber se há outra possível motivação para o crime. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado ou preso.