Servidores da Polícia Civil realizaram uma carreata em Porto Alegre pedindo a inclusão da categoria entre os grupos prioritários para receber a vacina contra a covid-19. Cerca de 50 carros percorreram ruas e avenidas da Capital na manhã desta segunda-feira (22).
— Hoje temos em torno de 800 policiais infectados pela covid-19, 70 afastados, seis mortes e agentes hospitalizados em estado grave. Precisamos continuar dando segurança para a população, mas com saúde — afirma Isaac Ortiz, presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores, e Investigadores de Polícia Civil (Ugeirm).
O grupo deixou o Sítio do Laçador, na Zona Norte, e percorreu as avenidas Farrapos e Mauá até chegar ao Palácio Piratini, no Centro. Algumas sirenes e buzinas chamaram a atenção de quem estava na região central da cidade. Os veículos carregavam cartazes com os dizeres "Vacina já".
De acordo com a Ugeirm, na última semana, a Polícia Civil gaúcha registrou seis mortes de policiais. O protesto também homenageou as vítimas da covid-19 no país.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) contesta os dados apresentados pela Ugeirm. Segundo a pasta, a Polícia Civil teve o registro de duas mortes de servidores da ativa por covid-19, um no início de março, em Bagé, e outro em novembro, em Rio Grande. É possível que os demais casos refiram-se a policiais aposentados. Sobre os 800 casos, a SSP diz que esse número refere-se ao total desde o início da pandemia.
A chefe da Polícia Civil no Rio Grande do Sul, delegada Nadine Anflor, diz que a solicitação dos policiais pela vacinação é "legítima e deve provocar a rediscussão das prioridades no âmbito do Ministério da Saúde, já que os policiais, juntamente com os profissionais da saúde, não pararam em nenhum momento durante a pandemia".
Nadine explica ainda que, juntamente com outros chefes de polícias do Brasil, solicitou formalmente a priorização dos agentes da segurança pública. A SSP também ressalta que o governo do Estado tem buscando junto ao Palácio do Planalto desde dezembro do ano passado que os servidores da segurança pública sejam colocados em posição mais acima na ordem de prioridade para a vacinação.
— Isso dará maior segurança aos policiais que diariamente arriscam suas vidas realizando operações e efetuando prisões, inclusive de pessoas contaminadas — afirma Nadine.