Um catarinense, que morava em Porto Alegre, chegou logo após as 11h desta quinta-feira (4) no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Ele morava há alguns anos em Belarus, no leste europeu, e foi extraditado para o Brasil para que a Polícia Federal (PF) dê sequência à investigação sobre exploração sexual de mulheres.
Ele foi preso em outubro do ano passado durante operação envolvendo a polícia brasileira e a Interpol. O caso foi descoberto depois que uma jovem do Vale do Taquari fugiu do investigado e relatou para as autoridades torturas sexuais filmadas e vendidas em sites pornográficos.
Segundo a PF, ele foi escoltado para fazer exame de corpo delito no Instituto-Geral de Perícias (IGP) e encaminhado para depoimento sobre o caso. Depois disso, será transferido para a Penitenciária de Canoas. Ele é suspeito de manter contato com jovens gaúchas em aplicativo de relacionamentos para depois aliciá-las por meio de gravação de vídeos sexuais para revender a sites pornográficos.
O caso veio à tona quando uma jovem de 18 anos, de Lajeado, no Vale do Taquari, conseguiu escapar e procurou a embaixada brasileira em Minsk, na Bielorrússia. Ela confirmou que o investigado submetia as mulheres a tratamentos desumanos, além de usar as vítimas para convencer outras garotas a participar do esquema e aumentar os ganhos financeiros. Se elas não conseguissem mais pessoas, eram espancadas pelo suspeito na região do estômago. Segundo a investigação, a agressão nesta região do corpo evitaria que os hematomas aparecessem nas imagens.
Outras duas jovens nessa situação foram identificadas pela PF. Em operação no mês de outubro do ano passado, quando o catarinense foi preso, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, notebooks, mídias, anabolizantes e objetos que seriam usados para práticas e abusos sexuais. A investigação é do delegado João Luís Correa da Rocha, da Delegacia de Defesa Institucional da PF.
— A menina denunciou que o homem controlava também a alimentação e os exercícios físicos dela, com o objetivo de manter a sua aparência jovem. Os abusos psicológicos tinham o objetivo de torná-la dependente dele — destacou Rocha.
A investigação continua com o objetivo de descobrir mais vítimas, outros tipos de crimes praticados, valores movimentados e outras pessoas suspeitas, tanto no país quanto em Belarus.