Acostumado a driblar a polícia passando temporadas no Rio de Janeiro e a desfrutar uma vida social que incluiu carros de luxo e lazer com passeios de jet ski, o traficante Paulo Renato Abreu de Carvalho, conhecido como Gão, 32 anos, foi preso no sábado (26).
Capturado em uma marina na Ilha dos Marinheiros, em Porto Alegre, ele é apontado pela Polícia Civil como um dos líderes do tráfico de drogas no Condomínio Princesa Isabel e nos bairros Cidade Baixa e Centro, em Porto Alegre.
O nome do preso não foi revelado pela polícia, mas GZH apurou se tratar de Gão. O traficante usava um Audi A4 no momento da prisão. Um jet ski também foi apreendido na marina. A ação foi resultado de trabalho integrado do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) e do setor de inteligência do Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Brigada Militar.
A investigação, coordenada pelo delegado Alencar Carraro, da 3ª Delegacia de Investigações do Narcotráfico do Denarc, começou há um ano e meio. Gão estava com prisão preventiva decretada, mas driblava as investidas da polícia. Quando algum comparsa era preso ou drogas que abastecem seus pontos de tráfico eram apreendidas, ele costumava viajar para o Rio, onde ficava escondido.
Gão é investigado como uma das lideranças do condomínio conhecido como Carandiru, no bairro Azenha. O local era dominado por Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, que foi assassinado em Tramandaí, no Litoral Norte, em 4 de janeiro de 2015. Com a morte de Xandi, Gão, que já atuava como gerente do tráfico no residencial, passou a exercer a liderança e, como novo patrão, raramente tinha contato direto com as drogas.
Segundo a polícia, o negócio comandado a partir do residencial abastece pontos de venda de maconha e cocaína na Cidade Baixa e no Centro e movimentam entre R$ 5 mil e R$ 30 mil por dia.
— A prisão desse indivíduo que exercia importante liderança no tráfico da Capital é mais uma demonstração do grande esforço que está sendo realizado pelas forças de Segurança Pública no combate às facções criminosas —destacou o delegado Carraro.
Gão, que tem antecedentes policiais por porte de arma e tráfico de drogas, é ligado à organização criminosa Os Manos.