Três entidades ligadas à área de proteção da Infância e Juventude emitiram nota de repúdio pelo assassinato da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, ocorrido na tarde de quinta-feira (24), no Rio de Janeiro. Entre 2013 e 2014, a magistrada atuou no Juizado da Infância e da Juventude do Rio tendo, segundo as manifestações, "deixado saudades até hoje". O comunicado diz que "atitudes bárbaras como a que tirou a vida da Drª Viviane indicam que há uma sensação de impunidade que as alimenta".
A nota, emitida no sábado (26), é assinada pela Associação Brasileira de magistrados da Infância e Juventude (Abraminj), pelo Fórum Nacional de Justiça Protetiva (Fonajup) e pelo Fórum Nacional de Justiça Juvenil (Fonajuv). O documento diz:
"As entidades, que lutam diuturnamente pela garantia e implantação dos direitos humanos, entre os quais o maior expoente é o direito à vida, se solidarizam, neste momento de pesar, com os familiares e amigos dessa excelente magistrada, rogando a toda a sociedade brasileira um repensar nas relações humanas, para que exista mais solidariedade e respeito entre todos os cidadãos, e assim consigamos deixar o triste 5º lugar em feminicídios no mundo. Não há dúvida de que atitudes bárbaras como a que tirou a vida da Drª Viviane, indicam que há uma sensação de impunidade que as alimenta".
O comunicado também dirige solidariedade às três filhas de Viviane: "As entidades signatárias, que têm por primeiro objetivo sempre garantir que crianças e adolescentes tenham prioridade absoluta no exercício de seus direitos, se solidarizam ainda mais com as três filhas da Drª Viviane, as quais certamente ainda estão em estado de choque, mas que com certeza superarão este terrível momento, pois terão sempre como exemplo uma mãe dedicada e afável, e que com elas estará presente nos melhores momentos de suas vidas".
Viviane foi morta com 16 facadas pelo ex-marido, o engenheiro Paulo José Arronenzi, 52 anos. Ele foi preso em flagrante. O crime ocorreu na Barra da Tijuca, no momento em que a juíza o encontrou para entregar as filhas, que passariam a noite de Natal com o pai. Ela foi atacada na rua, na frente das meninas, e morreu no local. Viviane e Paulo José se casaram em 2009 e estavam separados desde julho.
O engenheiro, no entanto, não aceitava o fim do relacionamento e já havia ameaçado a ex-mulher. Viviane chegou a ficar dois meses com escolta do Tribunal de Justiça do Rio, mas havia dispensado os seguranças. Ela era juíza há 15 anos e trabalhava na 24ª Vara Cível da Capital fluminense.