Uma casa desabitada no município de Cantagalo, no Paraná, foi o esconderijo escolhido pelos criminosos que sequestraram a médica Tamires Regina Gemelli da Silva Mignoni, 30 anos, em Erechim, no norte do Rio Grande do Sul. Na noite da última quarta-feira (21), a Polícia Civil localizou o cativeiro e resgatou a ginecologista. Duas pessoas – um vigilante que teria sido mentor do crime e uma mulher responsável por vigiar a vítima – foram presos.
Tamires foi mantida em um corredor que dava acesso a cinco portas. Em um colchão no chão, num espaço de cerca de dois metros quadros, a médica permaneceu enclausurada entre sábado (17) e quarta-feira.
De todos os cômodos, ela só tinha acesso a um banheiro. As outras portas eram mantidas trancadas o tempo todo. Por uma delas, a vítima recebia as embalagens com comida, frutas e água. Já os criminosos permaneciam nos outros espaços, que estavam desocupados.
Quando os três policiais ingressaram na casa na noite quarta-feira, ouviram os apelos de socorro da médica. Tamires havia sido sequestrada na sexta-feira, dia 16, em Erechim, no momento em que saía da Unidade Básica de Saúde (UBS) onde trabalha.
Ela foi abordada por um homem e uma mulher armados com faca. De carro, a médica foi levada inicialmente para uma cabana, no município de Itá, em Santa Catarina, e depois transferida para o outro cativeiro no Paraná.
O município de Cantagalo, onde ela foi resgatada, fica a pouco mais de 30 quilômetros de Laranjeiras do Sul, cidade de onde a médica é natural. O pai dela é prefeito no município e recebeu dos sequestradores a exigência de que fossem pagos R$ 2 milhões para que Tamires fosse solta.
O valor não chegou a ser pago, os suspeitos foram presos e o cativeiro foi descoberto pelas equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) do RS e do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), do Paraná.