Por volta da 0h30min desta quarta-feira (7), foram dadas as sentenças aos cinco acusados de matar o policial militar Thales Ferreira Floriano, em Cidreira, no Litoral Norte. O crime ocorreu em agosto de 2016.
Todos os réus foram condenados por homicídio duplamente qualificado, por outras 11 tentativas de homicídio duplamente qualificado e por duas violações de domicílio triplamente qualificado. As penas variam de 84 a 102 anos de prisão:
- Mário Josias da Costa Trein: 102 anos e oito meses de reclusão em regime fechado e mais dois anos e oito meses de detenção no semiaberto.
- Maycom Leiria da Silva: 102 anos e oito meses de reclusão em regime fechado mais dois anos e oito meses no semiaberto.
- Cássio Rodrigues dos Santos: 93 anos e quatro meses de prisão em regime fechado e mais dois anos e quatro meses em semiaberto.
- Anderson Rodrigues Duarte: 84 anos de prisão em regime fechado e mais dois anos em regime aberto.
- Lucas Leiria da Silva: 84 anos de prisão em regime fechado e mais dois anos em regime aberto.
O julgamento foi presidido pelo juiz Gilberto Pinto Fontoura, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Tramandaí, também no Litoral Norte.
Conforme a denúncia do Ministério Público, Thales foi morto quando ele e os colegas intervieram em ocorrência de invasões de imóveis no bairro Chico Mendes. No local, estava ocorrendo uma disputa por pontos de tráfico de drogas, e os policiais foram recebidos a tiros.
Thales, na época com 31 anos, foi morto com um disparo na cabeça.
Natural de Tramandaí, ele era formado em Educação Física e policial militar desde 2009. O soldado é filho de Roberto Floriano, que foi secretário da prefeitura de Tramandaí, e de Isabel Floriano, professora aposentada. Ele deixou a esposa e uma filha.
O PM chegou a receber um reconhecimento de honra ao mérito por uma ocorrência em que, mesmo ferido, conseguiu deter um criminoso — ele teria sido atingido com golpes, que lhe causaram lesão no rim, mas resistiu à dor e prendeu um homem por porte ilegal de arma.
Contrapontos
O advogado de Cássio Rodrigues dos Santos, em relato a GZH, disse que irá recorrer da decisão. De acordo com Thales Bouchaton, o policial teria sido morto por um disparo feito pelos colegas. O representante afirma ainda que os laudos comprovam que a posição do corpo de Thales e a origem do tiro não condizem com a localização em que estariam os acusados.
Já o defensor dos outros quatro envolvidos informou que também recorrerá e que acredita que o juri será anulado, sendo transferido para outra cidade. De acordo com o advogado Jean Severo, durante a sessão houve manifestação oral de uma das juradas de que teria relações com a família do policial morto.