A Polícia Civil deflagrou uma grande operação, na manhã desta sexta-feira (4), em Dom Pedrito, na Campanha. Mais de 400 agentes cumprem 36 mandados de prisão e 64 de busca contra uma organização criminosa que atua na região.
O grupo, comandado por um apenado, está envolvido com tráfico de drogas, homicídios, latrocínio e assaltos a empresas. Outro objetivo da ação é descapitalizar os criminosos com o bloqueio de 24 contas bancárias.
Até 9h, 38 suspeitos haviam sido presos, sendo alguns detidos em flagrante.
O delegado André Mendes é o responsável por quase 10 meses de investigação. Durante este período, ocorreram outras nove prisões.
O suspeito de comandar o esquema criminoso é um detento que está no complexo de Charqueadas. O nome dele não está sendo divulgado porque a apuração policial continua.
Segundo Mendes, o apenado conta com grande aparato financeiro, dezenas de associados e uma logística pré-definida para comandar o grupo, mesmo de dentro da cadeia. Além disso, a companheira do detento, que também está no sistema prisional, teria a função de gerenciar os crimes para ele.
Só em agosto, conforme a investigação, a ação destes criminosos resultou em um latrocínio, um homicídio e outras cinco tentativas de homicídio em Dom Pedrito. Um destes delitos foi a morte de um empresário, durante assalto à residência da vítima, no mês passado.
— Eles planejavam e executavam roubos praticados contra empresários locais, nos estabelecimentos e nas residências. Sempre com o objetivo de angariar recursos de forma rápida, valores utilizados para capitalizar a associação. São dezenas de vendedores de drogas, assim como indivíduos que auxiliam o líder criminoso no controle financeiro do tráfico, além do armazenamento, transporte e distribuição dos entorpecentes — explicou Mendes.
A operação envolveu tantos policiais que, para manter o sigilo e não chamar a atenção dos suspeitos, a reunião ocorreu na cidade de Bagé para o repasse das ordens judiciais. A Polícia Civil, que disponibilizou um helicóptero, contou com o apoio de Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal e do Exército.
A chefe da instituição, delegada Nadine Anflor, esteve no local e ressaltou a importância de ações conjuntas, inclusive a parceria do Poder Judiciário. Segundo ela, o apoio de todos os órgãos foi fundamental na realização da chamada Operação Sicário.
— E lembrando que nosso objetivo é desorganizar o crime organizado, que cada vez mais está atingindo pequenos municípios — disse Nadine.
Em relação à descapitalização do esquema criminoso, a polícia informou que valores movimentados só serão descobertos, com maior precisão, após a análise das contas bancárias bloqueadas.