O motorista de aplicativo Patrick Brum Dall Ongaro, 30 anos, desapareceu após sair de Cruz Alta, no noroeste do Estado, no começo da tarde da última quinta-feira (27) para viajar até Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo. O trajeto foi feito em uma corrida particular, sem vinculação com o aplicativo para o qual Brum costuma atuar.
Segundo o delegado de Rio Pardo, Anderson Faturi, o Ônix branco do motorista foi utilizado em um homicídio na noite de sexta-feira (28), que terminou na morte de um homem de 34 anos com três disparos. O veículo foi apreendido ainda na sexta, na Vila Pinheiros, em Rio Pardo, mas Brum não foi localizado.
— A princípio, foi uma execução, não uma briga. Os autores desse crime estavam dentro do Ônix, efetuaram vários disparos por volta das 21h. Três atingiram a vítima — afirma Faturi.
O delegado trabalha com duas hipóteses para o desaparecimento de Brum: a primeira é de que o motorista tenha envolvimento no crime e tenha sumido por conta própria para não ser localizado e preso. Outra possibilidade, de acordo com Faturi, é a de que ele possa ter sido assassinado pelos criminosos que realizaram a execução.
— Ele veio a Rio Pardo por vontade própria, esteve na cidade com pessoas envolvidas em crimes, não estava aqui de forma obrigada. Agora, o que aconteceu depois, não sabemos. Também não sabemos se ele participou ou não do homicídio.
Segundo a polícia, os suspeitos com quem Brum teria estado em contato são ligados a organização que atua no tráfico de drogas de Rio Pardo. Na tarde dessa terça-feira (1º), o pai e o tio do motorista estiveram na Delegacia de Rio Pardo em busca de notícias.
— Segundo a família, ele teria saído na quinta de Cruz Alta, mas em Rio Pardo ele só foi visto na sexta. A família está tentando entender o que aconteceu. Mas eles não tinham muito conhecimento do que o rapaz costumava fazer, foram pegos de surpresa. Ele veio para Rio Pardo pois alguém ligou para ele e fez uma encomenda. Teria combinado de vir a Rio Pardo buscar alguma coisa que não sabemos o que é nem em que local da cidade. A família já na sexta não teve mais contato com ele — detalha o delegado.
Amigo de Brum, o estudante Pedro Henrique Freitas, 20 anos, conta que o motorista teria saído de Cruz Alta às 13h30min de quinta-feira e que a última vez que conversou com o amigo foi às 19h07min de sexta-feira:
— Foi quando ele me disse que estava em Rio Pardo e que dali quatro horas estaria em Cruz Alta.
Freitas registrou ocorrência pelo desaparecimento do amigo no domingo na delegacia de Cruz Alta. Filho de pais separados, Brum é motorista de aplicativo e estudante de Educação Física. Solteiro, há duas semanas estava morando sozinho, depois de sair da casa da mãe.
—Patrick é um cara brincalhão, não fala mal de ninguém e não arruma confusão. O sonho dele é ser professor de Educação Física — descreve Freitas.