Uma garota de programa de 19 anos confessou à Polícia Civil que mandou matar Willian Dutra da Silva, 31 anos, assassinado com a namorada Gabriéli Camargo de Miranda, 26 anos, na noite de 15 de julho, na zona norte de Porto Alegre. O casal foi morto em uma sala de prostituição em um prédio comercial da Rua Tupi, no bairro Passo D'Areia. No terceiro depoimento, Mariana Castilhos Zakswicz admitiu que contratou o crime pois Silva havia agredido sua mãe em uma briga no dia anterior ao crime. A jovem está detida no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier e deve ser indiciada por duplo homicídio qualificado por motivo fútil e por impossibilitar defesa da vítima.
— Ela disse que pediu para matarem só o Willian, não a Gabriéli. Mas como ela se botou nos atiradores, um deles se assustou e atirou nela — afirma o titular da 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Luis Antônio Firmino.
Em 29 de julho, Mariana e a mãe, de 48 anos, foram detidas por suspeita de participação no crime. Ouvidas antes da prisão, ambas negaram participação. Após a restrição de liberdade, a mãe disse, em depoimento, que na cadeia a filha havia admitido a ela a autoria do crime. Ao ser confrontada pelos investigadores, Mariana confessou:
— Dentro da prisão, a menina contou a verdade para a mãe. Foi aí que pedi para colocar a mãe em liberdade, pois a princípio ela não tem participação no crime.
Um dia antes do crime, uma briga entre duas garotas de programa – uma que era agenciada por Silva e outra que trabalhava para mãe da Mariana – teria se iniciado porque uma delas havia menosprezado o valor que a outra cobrava pelo trabalho.
— Começaram o bate-boca e a agressão até que todo mundo entrou na briga: o Willian e a mãe da suspeita. Willian teria batido muito nela. A mãe foi o que mais saiu lesionada, temos o laudo e havia diversas escoriações — afirma o delegado.
Segundo a polícia, Silva se instalou no prédio comercial da Rua Tupi uma semana antes do crime. Anteriormente, conforme Firmino, o homem foi expulso de outro endereço, na Avenida São Pedro, quando a proprietária do imóvel descobriu a finalidade da locação. A investigação identificou que Silva começou a montar seu negócio no novo endereço e a captar clientes de garotas de programa agenciadas pela mãe da Mariana, o que passou a gerar atritos entre os dois grupos.
— Willian também tentava persuadir as meninas para ir trabalhar com ele — afirma o delegado.
A polícia concentra esforços para identificar e prender os dois homens que executaram o casal.
Contraponto
GZH tenta contato com a defesa de Mariana Castilhos Zakswicz, mas até a publicação desta reportagem não havia conseguido.