A Justiça decretou nesta segunda-feira (10) a prisão preventiva de um homem que manteve a família em cárcere privado por dois meses em Porto Xavier, no noroeste do Estado. Ele foi detido em flagrante no último sábado pela Polícia Civil após manter mulher, filho e enteada em uma casa mediante ameaças, agressões e com pouca alimentação. O prazo para concluir o inquérito é de 10 dias.
O delegado Heleno do Santos, responsável pela prisão e pelo pedido feito ao Poder Judiciário, ressalta que o homem tem 50 anos e é morador de Porto Xavier, município com pouco mais de 10 mil habitantes na fronteira com a Argentina e distante pouco mais de 75 quilômetros de Santa Rosa. Por dois meses, ele manteve a companheira de 39 anos, um filho de cinco anos e a enteada de 12 anos em cárcere privado.
— Não temos informações ainda de que ele agredia as crianças, mas a mulher levou socos, chutes, além de ter o pescoço apertado e o corpo perfurado com pontas de faca — ressalta Santos.
A polícia apura se a mulher, que emagreceu 20 quilos nesse período, também sofreu abuso sexual. Além disso, o criminoso usava o dinheiro da pensão que a enteada recebia para comprar drogas e um pouco de alimento. Quando saía de casa, monitorava a família por meio de imagens de câmeras de segurança, além de ter clonado o WhatsApp da companheira para poder vigiar mensagens.
Santos soube do caso após denúncias de uma familiar. As vítimas, depois da ação policial, passaram por exames e foram para casa de parentes, mas podem ainda ser encaminhadas para programa de proteção.
O homem, que não está tendo o nome divulgado para preservar a identidade da família, está em presídio local. Ele foi autuado por cárcere privado, mas deve responder ainda por ameaça, lesão e tentativas de estupro. Apesar do prazo de 10 dias para concluir o caso, Santos pretende encaminhar o mais breve possível o inquérito à Justiça, mas também incluir o máximo de crimes apurados.