A recaptura do traficante Fabrício Santos da Silva, o Nenê, 37 anos, na manhã desta terça-feira (4), no Paraguai, fez autoridades gaúchas retomarem articulações para uma possível transferência dele para o sistema prisional federal.
Considerado um dos principais líderes de uma facção criminosa do Estado, Nenê havia fugido em 1º de junho, depois de ter sido beneficiado com prisão domiciliar por integrar o grupo de risco para a covid-19. Ele tem condenação de 71 anos.
Conforme o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Junior, a situação para uma eventual transferência está sendo avaliada. O superintendente da Polícia Federal, delegado José Antônio Dornelles de Oliveira, afirmou que a periculosidade de Nenê e o grau de comando nos negócios da facção são de conhecimento das autoridades gaúchas e podem sustentar uma eventual transferência para prisão federal, mas destacou que cabe ao Estado fazer essa avaliação.
Segundo o coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Segurança Pública do Ministério Público, promotor Luciano Vaccaro, a possibilidade de transferência está sendo discutida a partir da prisão dele, ocorrida nesta manhã.
Em 2017, Nenê foi um dos 27 criminosos transferidos para presídios federais na Operação Pulso Firme. Ele foi mandado para Mossoró, no Rio Grande do Norte, mas retornou ao Rio Grande do Sul três meses depois.
Nenê foi capturado nesta terça em um condomínio na zona mais nobre de Hernandarias, na região metropolitana de Ciudad del Este, na fronteira do Paraguai com o Brasil. A localização e captura do foragido ocorreu a partir de informações de inteligência da Polícia Federal, com base em acordo de Cooperação Policial Internacional. A prisão foi feita por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai.