O trio preso por espancar um homem durante briga entre torcedores do Grêmio em dezembro do ano passado foi solto nesta terça-feira (21). O conflito ocorreu em um paradouro na BR-386, em Montenegro, logo após a vitória do Tricolor por 3 a 0 sobre o São Paulo.
A investigação apontou que Mauro Henrique Comoretto Marques, Edson Costa Alencar e Mateus Machado Martins espancaram outro torcedor gremista por causa de uma rixa entre duas torcidas organizadas do Grêmio, de Santa Maria. Eles respondem por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e por impossibilidade de defesa da vítima.
Após a realização da primeira audiência, pelo sistema online da Justiça, em que vítima e testemunhas de acusação foram ouvidas, na tarde de terça-feira (21), a juíza Priscila Gomes Palmeiro, da 1ª Vara Criminal de Montenegro, onde corre o processo, determinou a soltura dos três.
Na decisão, a magistrada justifica que "já se passou algum tempo do fato e foi possível perceber que as agressões não foram premeditas e que as primeiras agressões partiram dos integrantes do micro-ônibus em que estava a vítima, o que afasta a periculosidade de agir dos réus."
Além disso, a juíza determinou que, até o fim do processo, os três não podem ingressar em estádios de futebol ou estabelecimentos que vendam bebida alcoólica, além de ficarem recolhidos em casa no período da noite. Eles estavam detidos na Penitenciária Estadual de Santa Maria desde 26 de fevereiro.
Wedner Lima, advogado de Mauro Henrique Comoretto Marques e Edson Costa Alencar, disse que "a defesa saiu satisfeita da produção probatória. Foi demonstrado que briga generalizada é diferente de tentativa de homicídio. Ainda mais quando provocada pela torcida organizada pelo qual pertencia a vítima. A soltura dos réus, ainda que tardia, representou um ato de Justiça."
Já o defensor de Mateus Machado Martins, Gustavo Souza, se manifestou dizendo que "ouvidas testemunhas de acusação, ficou claro que o ônibus do meu cliente, com mulheres e crianças, foi recebido a pedradas, que a briga não foi premeditada e que Mateus reagiu em legítima defesa."