Após a morte de um preso de 55 anos por coronavírus e de outros 233 testarem positivo para o vírus na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas, a Brigada Militar (BM), responsável pela administração, reforçou e revisou todo o protocolo de segurança para evitar novas contaminações. Além disso, possíveis falhas estão sendo averiguadas.
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) ainda informou que houve surto também no Instituto Penal de São Leopoldo porque o local recebeu presos da PEJ que haviam progredido do regime fechado para o semiaberto.
A BM isolou todos os detentos infectados, afastou os nove PMs contaminados e monitora os demais presos para evitar novos casos. Não há visitas e o local não esta recebendo detentos. Além disso, possíveis falhas estão sendo averiguadas, como por exemplo, erro na prevenção do ingresso de fornecedores de materiais e alimentos, advogados, equipe de manutenção e até dos próprios policiais que atuam na força-tarefa da corporação em penitenciárias.
Outra situação que pode ter contribuído para a contaminação de dezenas de detentos é a não higienização das mais de 2 mil sacolas com mantimentos que são enviadas duas vezes por semana pelos familiares de presos. Essa medida foi adotada porque não há visitas.
Também é apurado se algum preso que ingressou não teria ido para o isolamento inicial, conforme determinação da Secretaria de Administração Penitenciária (Seapen) para todas as casas prisionais durante a pandemia. Foram feitos 1.035 testes até o momento entre 2.250 detentos do regime fechado.
Outro problema gerado após esse surto na PEJ é o fato de que quem progrediu de regime e foi para o semiaberto, acabou sendo encaminhado para o Instituto Penal de São Leopoldo. O presídio teve de ser evacuado no final do mês passado após 67 presos testarem positivo para a covid-19. O local está sendo higienizado e os apenados receberam tornozeleira eletrônica para ficar em prisão domiciliar. Os 116 presos devem voltar para o instituto no dia 20.
A Susepe informa que esses são os únicos dois locais com problemas de contaminação em larga escala, já que nos outros 150 presídios do Estado houve apenas 22 casos positivos, sem óbitos.