Estava escondido no Paraguai um dos mais procurados criminosos que atuam em Santa Catarina. Guilherme Antonio Vieira, conhecido como "Xiru", foi preso em Capitán Bado, cidade paraguaia fronteiriça com Mato Grosso do Sul, na quarta-feira (5). Ele estava foragido, com dois mandados de prisão em aberto por tráfico de drogas e armas.
Xirú é gaúcho, mas está radicado há muitos anos em Santa Catarina, conforme o Ministério Público catarinense, que pediu e conseguiu que ele fosse transferido de imediato para o Brasil. O criminoso foi expulso nesta quinta-feira (6) e transferido, de carro, para Caçador (SC), onde estava preso antes de fugir do país. A expulsão foi sumária porque ele estava de posse de um carro de placas clonadas, no Paraguai — quando alguém comete crime no país que o hospeda, é passível de expulsão imediata, sem necessidade de um processo de extradição, que costuma ter demora de anos.
A Polícia Nacional do Paraguai chegou na residência de Xiru por meio de denúncia. O local foi ocupado por agentes na madrugada de quarta-feira. Os policiais encontraram, além do gaúcho, mais dois brasileiros, cujas identidades ainda não foram divulgadas. Vieira será interrogado ainda nesta quinta e responderá pelos crimes de tráfico e associação criminosa.
Conforme integrantes do Ministério Público, Xirú é um dos líderes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC), a mais forte facção criminosa de Santa Catarina. Ele foi levado a Caçador porque tem mandados de prisão em aberto na região e era procurado pela polícia. Ele é apontado como o principal fornecedor de drogas para a facção catarinense.
O delegado da Divisão de Investigação Criminal da Polícia Civil em Caçador, Davi Matos Pinheiro, informa que o paradeiro de Xirú era investigado há pelo menos dois anos. Conforme o policial, o criminoso começou agindo no meio-oeste catarinense e depois migrou para o Paraguai, onde começou a exportar drogas para a sua facção.
Conforme integrantes da Polícia Federal contatados por GaúchaZH, Xirú teria se especializado em exportar maconha para o porto de Itajaí (SC), de onde a droga é embarcada para a Europa. Ele também é suspeito de fornecer drogas e armas para uma facção criminosa gaúcha.