A Polícia Civil confirmou que o corpo encontrado no domingo (12) em Ijuí, no noroeste do RS, é de Juliano Soares, 33 anos, que estava desaparecido desde quinta-feira (9). Soares foi sequestrado em um ataque a tiros, que resultou na morte de uma mulher paraplégica e deixou ainda dois feridos.
Conforme o delegado Maurício Posselt, apesar do estado avançado de decomposição, o corpo foi reconhecido por familiares. Soares seria o alvo do ataque, que ocorreu na madrugada de quinta-feira, no bairro Lambari, por ter desavenças ligadas ao tráfico de drogas.
Na ocasião, 10 homens armados e encapuzados invadiram residências em um beco. Claudete Silva, 57 anos, que era paraplégica, foi morta por ter testemunhado os crimes — baleada quando estava deitada em uma cama. Uma adolescente de 13 anos e um jovem de 19 anos ficaram feridos e estão hospitalizados em estado estável.
Também no domingo, horas após a localização do corpo de Soares, outro ataque a tiros foi registrado na cidade. Uma criança de nove anos foi atingida por dois tiros dentro de casa. A vítima está hospitalizada. Dois homens, prováveis alvos dos atiradores, fugiram por uma janela do imóvel.
A Polícia Civil tenta descobrir se os dois casos estão relacionados. A hipótese mais provável é que o segundo ataque foi uma retaliação às mortes de quinta-feira, mas não se descarta que uma mesma facção tenha cometido os dois crimes.
— Não é comum isso por aqui, mas, infelizmente, tem se intensificado nos últimos meses e tem os mesmos moldes da Região Metropolitana. A semelhança entre os dois casos está no modus operandi, mesmo tipo de arma, número de integrantes e na crueldade como estão agindo em Ijuí, o que não era comum aqui — explicou Posselt.
Nos dois casos, foi usada uma espingarda calibre 12. Além disso, os crimes ocorreram em locais identificados como pontos de venda de drogas e houve crueldade na forma de agir. A principal diferença é que no primeiro caso os suspeitos estavam encapuzados.