O ano passado terminou com 569 mortes a menos do que em 2018. Foram 1.793 vítimas de homicídios em 2019 contra 2.362, o que representa redução de 24,1%. Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública na tarde desta quinta-feira (9), em solenidade no Palácio Piratini. Segundo a SSP, trata-se do menor número de mortes desde 2009, quando foram 1.791.
Em Porto Alegre, a diminuição foi mais expressiva, de 40%. Em 2019, a Capital registrou 318 homicídios. No ano anterior, havia sido 536. Se levado em conta apenas o mês de dezembro, foi registrado leve aumento nos casos. Passou de 37 para 39 vítimas de assassinatos.
— As investigações policiais em andamento, somadas ao trabalho de inteligência criminal realizado pela Divisão de Inteligência do Departamento de Homicídios, verificaram que iniciou-se em dezembro uma disputa na localidade conhecida como Vila Bica, onde uma antiga liderança que perdera o domínio local buscou uma retomada de espaço— explica a delegada Vanessa Pitrez, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Capital, da Polícia Civil.
Os latrocínios no Estado também apresentaram queda, passando de 93 em 2018 para 75 no ano passado, o que representa uma queda de 19%. Os casos de feminicídios —quando mulheres são assassinadas por questões de gênero — tiveram diminuição de 116 para 110, redução de 14%.
Na comparação entre o total de pessoas mortas em homicídios, latrocínios e feminicídios nos últimos 12 meses com igual período anterior, foram 603 mortes a menos no Estado — somado, o número baixou de 2.571 para 1.968.
Governo cita RS Seguro
Para a SSP, o principal fator para a retração é o foco territorial empregado pelo programa do governo estadual RS Seguro, lançado em fevereiro de 2019. A partir de um estudo técnico, o combate ao crime passou a ser centrado nos 18 municípios onde se concentravam os maiores índices de violência.
Esse grupo de 18 municípios foi responsável por 90,6% da redução de homicídios em todo o Rio Grande do Sul. Significa que a cada 10 homicídios a menos em 2019, nove deixaram de ocorrer nas cidades priorizadas.