Um homem de 43 anos confessou à Polícia Civil ser o autor da morte de três pessoas cujos corpos foram encontrados em uma área de mata na Avenida Guilherme Schell, em Canoas. Uma das vítimas seria colega de trabalho dele. Preso preventivamente, o homem admitiu ter participação nos crimes em depoimento na tarde desta quinta-feira (5), na presença de um advogado. O nome dele não foi divulgado.
Desde o último sábado (30), três corpos foram encontrados enterrados em diferentes pontos de uma mesma área. A Polícia Civil acredita que o primeiro deles é de um jovem de 25 anos desaparecido desde o dia 23.
O delegado Mario Souza, diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, afirma que havia suspeita de que este homem poderia ter sido assassinado. No último fim de semana, os policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas desconfiaram que o corpo pudesse estar nas margens da Guilherme Schell:
— Solicitamos apoio do Corpo de Bombeiros e fizemos buscas durante todo sábado. Nessas buscas, foi encontrado um corpo carbonizado e partido em pedaços. Tudo indica que se trate do corpo desse jovem.
Entre os elementos que levam os policiais a acreditarem que o corpo é do jovem desaparecido estão uma joia encontrada junto ao cadáver e parte da roupa. Agora, os investigadores aguardam o resultado da perícia para confirmar a identidade da vítima - que não teve o nome divulgado. A polícia ainda não divulga como chegou ao nome do suspeito.
O suspeito admitiu à polícia que a morte ocorreu após uma discussão. Ambos trabalhavam em uma empresa de gesso de Canoas.
— Até o momento, sabemos que o suspeito seria o zelador do prédio dessa empresa. Tudo indica que houve um desentendimento entre a vítima e o suspeito — afirma o delegado.
Morador de Canoas, o jovem de 25 anos, segundo a polícia, foi morto com golpes de barra de ferro na cabeça e, posteriormente, foi arrastado, teve o seu corpo carbonizado e enterrado nesta área de mata. Ao longo desta semana, ao retomarem as escavações, os policiais encontraram duas ossadas humanas no terreno.
O terceiro corpo foi achado na tarde de quinta-feira pelos agentes, que fazem o trabalho com ajuda de cães farejadores. Antes de ter o resultado da perícia das duas ossadas, a polícia não consegue precisar há quanto tempo os cadáveres estiveram enterrados ali:
— O que podemos adiantar é que, com certeza, estão há bem mais tempo que o corpo do jovem de 25 anos — afirma Mário Souza.
É um crime grave e incomum, afirma delegado
O local onde foram encontrados os corpos fica 700 metros para dentro do terreno da Guilherme Schell. O que chama atenção dos investigadores é que o local não é um ponto conhecido por desova.
— É uma busca detalhada. Graças à desconfiança dos policiais, as buscas não pararam e outros dois corpos foram encontrados. É um trabalho em área difícil, porque a mata é fechada. E as buscas vão continuar, toda a área será varrida — explica o delegado.
Até o momento, a investigação aponta que os crimes não teriam nenhuma ligação com facções criminosas ou com o tráfico de drogas.
— É um crime grave e incomum. Feito em um lugar isolado. Por enquanto, nos parece que ele matou por agressividade, em discussões.
O suspeito deve ser indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.