A ação criminosa que resultou na morte da soldado Marciele Renata dos Santos Alves, 28 anos, nesta segunda-feira (25) começou no sábado (23). Conforme o comandante Regional do Vale do Rio Pardo, coronel Valmir José dos Reis, a quadrilha havia roubado três veículos desde o fim de semana. Um deles, uma Hilux, foi usado no atropelamento da policial.
— Estavam aterrorizando Venâncio Aires desde sábado. E nossa inteligência (estava) captando sinal de celular, esse tipo de coisa. Eles estavam insistentes na comunidade — define o comandante. — É uma quadrilha abusada, ousada até, porque estava agindo insistentemente. Não pensaram duas vezes, fizeram uma manobra brusca e buscaram (com o veículo) a policial.
A morte de Marciele ocorreu, conforme o comandante, no momento em que uma viatura policial localizou a Hilux roubada.
— Em uma parada que a policial desceu da viatura, fez barreira e deu voz de parada, com arma pesada, como a gente usa nessas forças táticas, eles fizeram uma manobra brusca e conseguiram atropelar a policial. Ela não teve tempo de reação. Não se está brincando com essa gente — diz.
Após o atropelamento, um confronto deixou três criminosos mortos. Um menor de idade foi apreendido no cerco.
Segundo Reis, foi a pedido do pai da jovem, um sargento aposentado da região, que Marciele foi transferida para Santa Cruz.
— Ele me pedia muito que eu trouxesse ela para cá, porque ela era muito jovem. Então nós transferimos ela de Lajeado para cá, para a inteligência. Como ela era muito perfilada, qualificada, disponível, ela acabou indo para a força tática.
Natural de Cachoeira do Sul, a jovem havia ingressado na polícia em 2012 e era filha de uma enfermeira. Ela atuava no Pelotão de Operações Especiais (POE) do 23º Batalhão de Polícia Militar (23° BPM), de Santa Cruz do Sul.
Aos 28 anos, Marciele fazia mestrado em Fisioterapia, conforme Reis.
— Ela era de um alto padrão técnico. Mas às vezes isso não basta. O confronto é tão violento, instantâneo, uma questão de segundos, que as coisas acontecem de uma forma que saem de controle, e a gente acaba perdendo uma policial dessa qualidade. Foi absoluto o profissionalismo. Estamos todos consternados, sentidos com essa situação.
O velório de Marciele deve ocorrer em sua cidade natal, em Cachoeira do Sul, mas informações sobre local e horário não foram divulgadas até o momento.