O juiz Paulo de Tarso Carpena Lopes, de plantão no Fórum de Porto Alegre, mandou soltar na tarde deste domingo (24) o advogado Cesar Martins Schunemann, que estava preso desde a noite de sábado (23). Schunemann, 38 anos, que é diretor de futebol feminino do Inter, foi detido na Zona Sul, depois de supostamente ter chamado policiais militares de "filhos da puta" durante uma abordagem e oferecido dinheiro para não ser preso.
Os PMs alegaram que Shunemann aparentava "sinais de embriaguez" e, no trajeto para o plantão da Polícia Civil, teria oferecido dinheiro a eles para ser solto. Acabou preso em flagrante pelos crimes de corrupção ativa, desobediência, resistência à prisão e desacato, e foi levado ao Presídio Central de Porto Alegre por não ter pago a fiança de R$ 10 mil estabelecida pela delegada plantonista.
Os fatos aconteceram durante uma operação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE) na Orla de Ipanema, com apoio da BM. Schunemann estaria com sinais aparentes de embriaguez e, ao ser abordado, teria tentado morder um PM, conforme consta em ocorrência. Ele teria se negado a se identificar e então recebeu voz de prisão. A caminho da delegacia, conforme consta da ocorrência, teria se identificado como conselheiro do Inter e dito que "podia acertar ali mesmo", pois tinha dinheiro.
Na 6ª Delegacia da Polícia Civil, teria xingado também o policial plantonista, segundo está registrado. O caso foi levado para a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento, onde a delegada Andrea Nicotti fez o flagrante.
Conforme registro da BM, enquanto era levado para exame de corpo de delito no Departamento Médico Legal, ele "ameaçou os policiais dizendo que iria tirar eles da Brigada Militar, pois tem contatos e influência para isso. Indivíduo se manteve alterado durante toda apresentação da ocorrência, chutando as portas e dando socos nas janelas da DPPA".
GaúchaZH apurou que Schunemann teria alegado que foi agredido por PMs e deve passar por novo exame no DML. Ele permaneceu no Presídio Central até a tarde de domingo, conforme informação da Superintendência dos Serviços Penitenciários.
O flagrante feito pela Polícia Civil foi homologado pelo juiz Paulo de Tarso, mas o magistrado determinou a liberdade provisória de Schunemann, por considerar que já não existiam os riscos que levaram ele a permanecer preso.
O flagrante foi acompanhado por uma representante da Defensoria Pública e também por advogado membro da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas (CDAP) da OAB. Em nota, a Defensoria afirmou que prestou atendimento a Schunemann "e realizou o pedido de liberdade, que deferido pela juíza de plantão horas mais tarde. O assistido responderá em liberdade."
Já a CDAP/OAB informou que acompanhou o procedimento por tratar-se de advogado.