Os cinco criminosos presos pela execução de três pessoas em um campo de futebol em Santa Maria, na tarde de sexta-feira (15), usavam camisetas da Polícia Civil e entraram no bar do local se identificando como agentes da corporação. Eles diziam procurar por Rafael Reis Espíndola, 27 anos, homem com diversos antecedentes criminais que foi executado assim que visto pelos assassinos.
Conforme a Polícia Civil, o local estava com bastante movimento e houve muita correria com a sequência de disparos no local. O número de tiros não é preciso, mas a perícia recolheu dezenas de cartuchos que ficaram espalhados no chão. Durante o tiroteio, ainda foram baleados e mortos dois homens sem antecedentes criminais, identificados como Wagner Bech Machado, 32 anos, e Sandro da Silva Pereira, 35.
Conforme o delegado regional da Polícia Civil em Santa Maria, Sandro Meinerz, duas das vítimas, Machado e Pereira, foram atingidos acidentalmente.
— Só assistiam ao jogo, não tinham antecedentes criminais e sequer tinham relação com o Espíndola. Esse tem vários antecedentes criminais — relata o policial.
Espíndola possuía passagem no sistema prisional por diversos crimes, como homicídio, estupro de vulnerável, roubo a banco e caixas eletrônicos, além de tráfico de drogas. A suspeita é de que o crime esteja ligado a uma disputa por pontos de tráfico de drogas. No entanto, a quantidade de crimes patrimoniais e a passagem por estupro levam a polícia a não descartar outra linha de investigação.
Os autores da chacina fugiram em um Ford Escort e um Hyundai HB20. A BM perseguiu suspeitos dos homicídios e prendeu cinco deles em flagrante. Três dos bandidos foram baleados e hospitalizados. Eles estavam encapuçados e vestidos com camisetas da Polícia Civil, além de coletes à prova de bala. A quadrilha usou pistolas e submetralhadoras.
Conforme a Brigada Militar, dos cinco assassinos presos em confronto após o crime, dois são de Porto Alegre e três de Santa Maria. Eles estavam com um fuzil 556, submetralhadora, duas pistolas e um revólver.
— É um armamento muito pesado para a realidade de Santa Maria. Além disso, chama atenção a forma, com carro roubado e criminosos com a camisa da polícia. Não lembro de algo assim em Santa Maria — disse Meinerz.
No confronto com os policiais militares, três dos cinco foram baleados e levados ao hospital. Dois permanecem internados no hospital e um recebeu alta e foi levado ao sistema prisional.