O júri que vai definir o futuro dos nove acusados da morte de Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior em maio de 2015, em Charqueadas, começa nesta segunda-feira (18). O jovem de 17 anos foi assassinado na saída de uma festa no Clube Tiradentes. Ronei morreu atingido por chutes, socos, garrafadas e golpeado com os cacos de vidro. O pai, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, que estava chegando ao clube para buscá-lo, e um casal de amigos também foram agredidos. A expectativa da magistrada Greice Moreira Pinz, que irá presidir as sessões, é que o julgamento dure de quatro a cinco dias.
Os acusados respondem pelos crimes de homicídio qualificado, três tentativas de de homicídio qualificado, associação criminosa e corrupção de menores. Os réus são Alisson Barbosa Cavalheiro, Cristian Silveira Sampaio, Geovani Silva de Souza, Jhonata Paulino da Silva Hammes, Leonardo Macedo Cunha, Matheus Simão Alves, Peterson Patric Silveira Oliveira, Vinícius Adonai Carvalho da Silva e Volnei Pereira de Araújo. Todos tinham, à época do crime, entre 18 e 21 anos.
Segundo o promotor Márcio Abreu Ferreira da Cunha, havia rixa de um grupo, que se denominava “Bonde da Aba Reta”, com pessoas de outras cidades que frequentavam festas em Charqueadas. Um amigo de Ronei Júnior era de São Jerônimo.
— Temos provas robustas da participação de todos os réus na prática do delito e do prévio conluio para praticar os fatos. Esperamos que seja feita justiça e que todos os eles sejam condenados no que termos que o Ministério Público pede — afirma .
Cunha fará a acusação acompanhado dos promotores João Cláudio Sidou e Márcio Schlee Gomes. O acesso ao julgamento será restrito. Segundo o Tribunal de Justiça, apenas familiares das vítimas poderão acompanhar as sessões no local, em razão de o processo ser conexo com outro, já julgado, da competência do Juizado da Infância e Juventude (que se trata de segredo de Justiça).
Oito dos réus estão detidos e um está em prisão domiciliar desde dezembro de 2015. Na avaliação do promotor, se houver condenação com as penas que o MP espera que os réus sejam submetidos, dificilmente eles sairão da cadeia em breve:
— Se a condenação confirmar o pedido do MP, com penas acima de 25 e 30 anos e por se tratar de crime hediondo, a progressão do regime será mais dificultosa — considera.
Como será o júri
- Começa às 9h desta segunda-feira (18), na Afaço, na Avenida Perimetral Norte, em Charqueadas.
- Os trabalhos serão presididos pela juíza Greice Moreira Pinz, da 1ª Vara Judicial de Charqueadas.
- O julgamento começa ouvindo três sobreviventes: Ronei Wilson Faleiro, e o casal de amigos Richard Wienke e Francielle Wienke.
- Em seguida, serão ouvidos 22 testemunhas — entre elas estão as de defesa e as de acusação.
- Por último, é feito o interrogatório dos réus.
- Na sequência, começam os debates entre a acusação e as defesas. Caso desejem, podem dispor, cada um, de período para réplica e tréplica.
- Os sete jurados que compõe o conselho de sentença decidirão se os réus serão condenados ou absolvidos pelo crime.
- Em caso de condenação, a juíza define o tempo e as condições da pena. A expectativa é de que o júri se estenda pelo menos até a sexta-feira (22).
Os nove réus
- Alisson Barbosa Cavalheiro
- Cristian Silveira Sampaio
- Geovani Silva de Souza
- Jhonata Paulino da Silva Hammes
- Leonardo Macedo Cunha
- Matheus Simão Alves
- Peterson Patric Silveira Oliveira
- Vinícius Adonai Carvalho da Silva
- Volnei Pereira de Araújo
Outro processo
O ataque contou com a participação de adolescentes. O MP apontou sete na acusação: a quatro deles foi aplicada, em setembro de 2015, medida socioeducativa de internação por três anos, prazo máximo estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente. Os outros três foram absolvidos.
Contrapontos
O que diz a defesa de Jhonata Paulino da Silva Hammes
O advogado Fabiano Justin Cerveira diz que “durante o julgamento será demonstrado que Jhonata não participou das condutas imputadas pelo Ministério Público, buscando-se, ao final, a absolvição”.
O que diz a defesa de Peterson Patric Silveira Oliveira
O advogado Carlos Augusto de Souza Florisbal não quis se manifestar.
O que diz a defesa de Vinícius Adonai da Silva
O advogado Lucas Mees Schacht não retornou as tentativas de contato da reportagem.
O que diz a defesa de Alisson Cavalheiro e Cristian Sampaio
A advogada Lorena Pires Garcia não quis se manifestar.
O que diz a defesa de Geovani de Souza, Leonardo Cunha, Matheus Alves e Volnei de Araújo
A Defensoria Pública informou que não irá se manifestar antes do júri.