Com previsão de durar até cinco dias, começa nesta segunda-feira (18) o júri de nove acusados de matar um adolescente de 17 anos na saída de uma festa em Charqueadas, em agosto de 2015. Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior foi espancado até a morte por causa de uma rixa entre as cidades de Charqueadas e São Jerônimo.
Além de Ronei, o grupo ainda atacou um casal de amigos e o pai dele, que tentou socorrer o filho. Além do homicídio qualificado, os nove ainda respondem por três tentativas de homicídio, associação criminosa e corrupção de menores.
Serão ouvidas as três vítimas que sobreviveram, 22 testemunhas e os réus. Por causa do número de envolvidos e por questões de segurança, a sessão será realizada em um salão social da cidade. Por envolver adolescentes, o acesso será restrito apenas aos familiares e testemunhas do caso. Além dos nove réus deste júri, um décimo adulto relacionado ao caso vai a júri em outra data, separadamente, pois o processo sofreu cisão. Quatro adolescentes foram responsabilizados e internados pelo envolvimento no homicídio.
Respondem nesse processo: Peterson Patric Silveira Oliveira, Jhonata Paulino da Silva Hammes, Vinícius Adonai Carvalho Da Silva, Leonardo Macedo Cunha, Alisson Barbosa Cavalheiro, Volnei Pereira De Araújo, Matheus Simão Alves, Geovani Silva de Souza e Cristian Silveira Sampaio. Oito estão presos no Presídio Central e um em prisão domiciliar. O grupo, conforme o Ministério Público, formava o "Bonde da Aba Reta".
Ronei era organizador de uma festa promovida para arrecadar fundos para a formatura. Segundo a investigação, o alvo do grupo era um amigo dele, que morava em São Jerônimo. Na saída da festa, o casal começou a ser agredido e buscou abrigo no carro onde estavam Ronei e o pai, que também foram atacados.
O adolescente foi levado até o hospital da cidade, mas o pai foi orientado a transportá-lo até Porto Alegre. Ele morreu antes de chegar na Santa Casa de Misericórdia.
Contraponto
A advogada Lorena Pires Garcia, que representa Alisson Barbosa Cavalheiro e Cristian Silveira Sampaio, sustenta que os dois não estavam envolvidos na confusão e são inocentes.
No processo, Matheus Simão Alves alegou que estava na festa, mas não participou da confusão. Geovani disse que viu a briga, mas que não agrediu as vítimas, assim como Leonardo Macedo Cunha. Os três são representados pela Defensoria Pública.
O advogado de Jhonata, Fabiano Justin Cerveira, afirma que ele será reconhecido como inocente ao final do júri. "A defesa demonstrará, diante de todas as provas produzidas no processo, que Jhonata não praticou as condutas imputados pelo Ministério Público. Ao final do julgamento, será reconhecida pelos jurados a inocência de Jhonata", disse.