Um capitão da Brigada Militar foi condenado pela prática de furto de energia elétrica. Por três vezes, o oficial Heraldo Leandro dos Santos teria feito ligações irregulares da luz em sua residência, em Tramandaí, depois de cortes feitos pela CEEE. Ele foi considerado culpado por ter realizado os "gatos de luz" entre fevereiro e setembro de 2017, após o fornecimento de eletricidade ter sido cortado pela operadora. Entre recuperação de consumo e multa, o valor a ser pago seria de R$ 8,3 mil (na época).
A sentença é do juiz Émerson Silveira Mota, da 2ª Vara Criminal de Tramandaí. A pena era de um ano de reclusão, em regime aberto, já que Heraldo não tem antecedentes criminais. A pena foi substituída por pagamento de um salário mínimo a uma entidade filantrópica, além de 10 dias de multa.
Heraldo está agregado, isto é, afastado das funções e com porte de arma suspenso, desde setembro de 2017.
O capitão responde na Justiça Militar por dois outros crimes: peculato (corrupção praticada por funcionário público) e estelionato. Ele está denunciado por desvio de recursos que deveriam ser repassados a duas escolas de Tramandaí e Imbé após a Operação Golfinho de 2016, além de verba que deveria ter servido para a compra de bandeiras do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) no município do Litoral Norte, totalizando R$ 10,6 mil. Responde também por empréstimos, não quitados, tomados junto a colegas da BM.
O Conselho de Justificação da Brigada Militar (BM) deu parecer favorável à perda do posto público e da patente de Heraldo. Os oficiais entenderam que o capitão reteve consigo valores que deveriam ter sido pagos a uma escola pública de Tramandaí pelo alojamento de policiais durante a Operação Golfinho e que se "apoderou dos valores arrecadados junto aos policiais que ficaram instalados em uma escola de Imbé". O caso ainda não foi julgado.
CONTRAPONTO
O que diz o capitão Heraldo Leandro dos Santos:
GaúchaZH não conseguiu contato com o oficial. Nos processos a que responde, ele alega que a quantia da primeira escola foi usada para outros fins no batalhão e devolvida depois de sete meses. Parte da verba que sumiu ele teria guardado em um pacote dentro de sua gaveta no quartel, mas o dinheiro foi furtado. Com relação ao furto de energia da CEEE, no processo, Heraldo não negou o fato. Justificou que estava com dificuldades financeiras na época e disse que chamou um funcionário da empresa de eletricidade, o qual prestou-lhe ajuda, "não sabendo descrever o que ele fez".