Os quatro homens suspeitos de atear fogo em um ônibus em Canoas, na Região Metropolitana, em agosto deste ano, foram denunciados pelo Ministério Público por nove tentativas de homicídio triplamente qualificados. No documento, a Promotoria de Justiça de Canoas ainda pediu que seja fixado um valor mínimo para indenização das vítimas.
Conforme as investigações, Yarllison Deloni de Mello da Silva, Roger Figueira Fogaça, Éberton Roberto de Jesus e Moisés Franco Bettancourt assumiram o risco de causar a morte dos nove passageiros. Mesmo que tenham mandado as vítimas descerem do veículo, os depoimentos apontaram que não houve tempo para que as pessoas saíssem em segurança do ônibus.
A motivação do crime, conforme a Polícia Civil, era fazer um ato contra outros traficantes que atuam na região do bairro Mathias Velho. No entanto, Silva ateou fogo sem o consentimento dos outros envolvidos. Já Fogaça foi apontado como o responsável por dirigir o carro e levar os demais acusados até o Terminal Mathias Velho, onde ocorreu o ataque. Outros dois ainda estão foragidos.
Entre os nove feridos no ataque, estava uma grávida que teve queimaduras e precisou ser internada na Unidade de Tratamento Intensivo. Todos os passageiros receberam alta do hospital.
Responsável pela defesa dos dois presos, a advogada Andreia Marchioro Rampon se manifestou por meio de nota:
"Durante as investigações a defesa apenas teve acesso parcial ao inquérito policial, dessa forma, desconhece o conjunto acusatório integral. Além disso, até o presente momento não obtivemos acesso à denúncia ofertada pelo Ministério Público. Por tal motivo, a defesa apenas poderá se manifestar sobre o caso após acesso aos autos. No entanto, é importante dizer que nos depoimentos policiais acompanhados pela advogada, o réu Yarllisson fez uso do seu direito constitucional de permanecer silêncio, já o réu Roger negou a participação nos fatos. A defesa acredita que no decorrer do processo as provas serão esclarecidas e a inocência de ambos comprovada."