Após 11 dias internada, recebeu alta na sexta-feira (6) a grávida de três meses ferida no incêndio criminoso de um ônibus no bairro Mathias Velho, em Canoas, em 27 de agosto. A gestante chegou a ser entubada e ficar sedada após inalar fumaça do coletivo queimado por bandidos encapuzados.
Outras 13 pessoas receberam atendimento em hospitais em função do incidente criminoso. Apenas um homem de 59 anos — que trabalhava como cobrador, mas não estava em serviço —, ainda está internado em Canoas. Segundo o hospital, ele está em estado estável.
Em entrevista a GaúchaZH nesta sexta, o delegado Mario Souza, diretor regional da Polícia Civil em Canoas, declarou que ainda há equipes em diligência em busca de dois homens identificados na investigação. Os dois já estão com mandado de prisão em aberto pelo incêndio ao ônibus. Os nomes deles ainda não são revelado pela polícia.
Quatro pessoas foram presas, sendo duas envolvidas diretamente no incêndio e duas que teriam auxiliado no atentado. Na última quarta-feira (4), Roger Figueira Fogaça, 22 anos, teria conduzido o veículo usado pelos criminosos até o terminal Mathias Velho, onde estava o veículo incendiado — atingindo inclusive a cobertura da parada. Na segunda-feira (2), a polícia prendeu Yarllison Deloni de Mello da Silva, 24 anos, que confessou ter sido o autor do incêndio ao ônibus.
— Estamos com diligências sigilosas para tentar captura desses dois indivíduos foragidos. Eles estão correndo risco, segundo apurou a inteligência da Polícia Civil, tendo em vista que criminosos de uma facção da Região Metropolitana ficaram irritados com o ato — informou Souza.
Ataque a ônibus
Pelo menos quatro criminosos, que usavam toucas, chegaram ao terminal de ônibus do bairro Mathias Velho em um Palio. Um deles entrou em um coletivo que estava parado no local e jogou combustível no veículo.
Havia cerca de 15 passageiros no ônibus, além de motorista, cobrador e fiscal. O homem então pediu para todos descerem do coletivo, mas houve confusão e 14 pessoas, incluindo uma grávida, ficaram feridas.
As labaredas atingiram a cobertura do terminal de ônibus, feita de fibra de vidro, um material inflamável. Na semana passada, detentos do regime semiaberto auxiliaram na reforma do local.