Em setembro, o Rio Grande do Sul apresentou o menor número de homicídios no mês desde 2009. Também teve queda em crimes como roubos de veículos e feminicídios. A explicação das autoridades da segurança pública para reduzir os indicadores de maneira geral está em focar nos municípios mais violentos. Na mira do RS Seguro, programa do governo do Estado lançado em fevereiro, estão 18 cidades que concentram maior parte dos delitos. Os indicadores foram divulgados nesta quinta-feira (10) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Os resultados foram apresentados no Palácio Piratini, onde é realizada mensalmente a reunião de avaliação dos indicadores nessas cidades. O governador Eduardo Leite enfatizou a importância de priorizar as áreas mais violentas, o que impacta em crimes como latrocínio (roubo com morte) e homicídio. Foram 126 vítimas de assassinatos no RS em setembro deste ano, 34,7% a menos do que no mesmo período do ano passado.
— Os dados, que temos o compromisso de divulgar mensalmente, comprovam a estratégia acertada do governo — comemorou Leite, em coletiva à imprensa.
Trata-se do setembro menos violento, se levado em conta os homicídios desde 2009. Destes, 69 assassinatos, ou seja, 54,7% deles, aconteceram nos municípios do RS Seguro. Em Porto Alegre, foram 21 homicídios, 52,2% a menos do que os 44 do mesmo mês do ano passado. No comparativo de janeiro a setembro no RS, foram 458 mortes a menos do que em 2018 — 406 delas nas 18 cidades.
Os roubos de veículos apresentaram diminuição de 32,1% em setembro. Essa mesma queda no Estado é visível quando isolados somente os municípios do RS Seguro. Juntos, concentraram 89% dos casos — são 730 de um total de 816 registros. Porto Alegre registrou quase metade, com 307. Na sequência, aparece Novo Hamburgo com 70 registros. Assim como o Estado, esses municípios tiveram queda em relação ao ano passado, quando somaram 1.085 casos de roubos de veículos.
— Foram 3.904 veículos a menos roubados em comparativo entre os nove meses deste ano com o mesmo período de 2018. Muitas vezes, é um potencial latrocínio. Então, quando se evita esses roubos, podemos estar impedindo também a prática do latrocínio — afirmou o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.
Integração
Para o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Mario Ikeda, a integração entre os órgãos de segurança, com foco na identificação dos principais delitos a serem combatidos conforme a realidade de cada município, é essencial. Três prioridades são comuns: homicídio, roubo de veículo e de pedestre. Cada cidade elenca um quarto crime e desenvolve ações específicas.
— Cada instituição tem uma visão diferente sobre o mesmo fato — afirmou, salientando que as corporações trocam experiências sobre o cerco à violência.
A chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor, destacou que a instituição tem incentivado que outros municípios, ainda não contemplados pelo RS Seguro, adotem estratégias semelhantes, com maior interação entre os órgãos da segurança.
— A curva de violência no Estado é a mesma dos 18 municípios. Quando a gente vê uma redução significativa dos índices de criminalidade nessas cidades, caem os indicadores do RS. Mas claro que não se pode perder de vista os demais. É possível até que se amplie o número de cidades — analisou.
Os 18 municípios do RS Seguro
Alvorada
Cachoeirinha
Canoas
Capão da Canoa
Caxias do Sul
Esteio
Gravataí
Guaíba
Novo Hamburgo
Passo Fundo
Pelotas
Porto Alegre
Rio Grande
Santa Maria
São Leopoldo
Sapucaia do Sul
Tramandaí
Viamão