O oficial de cartório Paulo Odilon Xisto Filho deixou a Unidade Prisional Avançada de Imbituba, no sul de Santa Catarina, no fim da tarde deste sábado (12). Ele estava detido no local desde agosto deste ano acusado de matar a modelo gaúcha Isadora Viana Costa, de 22 anos.
Na sexta-feira (11), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para que ele fosse liberado.
Paulo estava detido em função de um mandado de prisão preventiva pelo crime, que aconteceu em 2018. Como a decisão do STJ não previa nenhum tipo de medida alternativa, ele poderá responder pelo crime em liberdade, sem qualquer restrição, como o uso de tornozeleira, por exemplo.
O julgamento do réu ainda não tem data marcada. Por se tratar de um crime de homicídio, ele deve responder perante o Tribunal do Júri — acusado de homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, feminicídio e impossibilidade de defesa da vítima, além de fraude processual.
O que diz a denúncia
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), Paulo teria matado Isadora, de Santa Maria (RS), por motivo fútil: acreditando que o namorado havia sofrido uma overdose, Isadora acionou a irmã dele. Ainda conforme o MP, o oficial de cartório revoltou-se, pois escondia da família que usava drogas.
Paulo teria ficado furioso. Praticante de artes marciais, ele teria desferido socos, chutes e joelhadas contra o abdômen da modelo, que não resistiu aos golpes.
O jovem ainda foi acusado de fraude processual, por ter modificado a cena do crime lavando lençóis e toalhas, retirando garrafas de bebidas alcoólicas do local, espalhando comprimidos de remédios controlados pela residência e inserindo cobertores e malas na cama na qual estava a vítima.
O acusado ainda mantinha armas e munições com registros vencidos: uma espingarda calibre 12, 80 munições do mesmo calibre, além de uma pistola calibre 380 e 66 munições.
A defesa do oficial de cartório contesta a acusação.