A Polícia Civil realiza na manhã desta terça-feira (24) a segunda fase da operação contra uma facção gaúcha investigada por montar uma rede de lavagem de dinheiro. Quase três meses após a primeira ofensiva, estão sendo apreendidos bens avaliados em mais de R$ 1,5 milhão — adquiridos, segundo a apuração, com valores provenientes do tráfico de drogas e que foram colocados em nome de laranjas.
Entre os patrimônios resgatados estão uma casa em Garopaba, no litoral de Santa Catarina, e uma residência de alto padrão em Campo Bom, no Vale do Sinos. Até as 7h45min, sete carros também foram apreendidos.
Sob a coordenação da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), cerca de 70 agentes cumprem desde as primeiras horas da manhã 17 mandados de busca e um de prisão temporária em quatro cidades gaúchas e mais um no Estado vizinho, além de seis ordens judiciais de sequestro de bens.
A residência em Campo Bom, com vários quartos e uma piscina, está no nome de um laranja, que teve a prisão decretada e foi detido nesta segunda fase da operação — o nome dele não foi divulgado. Já a casa de Garopaba está em nome de uma mulher que reside na zona norte de Porto Alegre e que, conforme a renda salarial, não teria condições de comprar imóvel semelhante.
O delegado Adriano Nonnenmacher, responsável pelo caso, diz que também são cumpridas ordens judiciais em Porto Alegre, Novo Hamburgo e Estância Velha. Segundo ele, todos os bens estão em nome de laranjas e a lavagem de dinheiro é proveniente do tráfico de drogas.
Esta segunda fase da ação tem como principal alvo Marizan de Freitas, 31 anos, detido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) e cumprindo 70 anos de condenação. Ele seria responsável, conforme a investigação, pelo tráfico e pela lavagem de dinheiro em parte do Vale do Sinos, do Vale do Paranhana e nas cidades de Gramado e São Francisco de Paula.
GaúchaZH tenta contato com advogados do alvo da ofensiva para contraponto.
Na primeira fase da operação, no final de junho, 175 agentes cumpriram mandados para sequestrar judicialmente cinco imóveis de luxo, além do bloqueio de sete contas bancárias. Na ocasião, foram cumpridos 23 mandados de busca e cinco de prisão temporária em cinco cidades gaúchas. A polícia prendeu quatro suspeitos e sequestrou mais de R$ 5 milhões em imóveis e valores depositados em contas bancárias.