A partir da prisão de um dos dois suspeitos do ataque a tiros que matou duas pessoas após uma partida de futebol em Gravataí, na Região Metropolitana, a polícia ainda busca esclarecer mais detalhes sobre o crime, ocorrido em 21 de julho no campo do Três Estrelas, no bairro Santa Cruz. Conforme a investigação, os autores dos disparos foram avisados de que os alvos — de um grupo rival — estavam no local por integrantes de uma facção que assistiam ao jogo.
O crime teria sido motivado por disputa de território entre as facções. Além das duas pessoas assassinadas, oito ficaram feridas no ataque.
— Causou estranheza que, geralmente, após as partidas do (campeonato) municipal, os times comemoram juntos. Mas desta vez, o time que perdeu foi embora antes, o que reforça o fato de que torcedores desta equipe teriam avisado os autores dos disparos de que os alvos estavam no campo — disse o delegado Eduardo Amaral, da Homicídios de Gravataí, que ressalta que pelo menos três torcedores estão sendo investigados e que descarta ligação do time rival no crime.
A prisão do suspeito foi realizada em ação integrada entre Polícia Civil e Brigada Militar. Ele foi identificado como William Pias Dutra, 28 anos, que seria ligado a um dos grupos criminosos.
A prisão foi feita pela BM na noite de quinta-feira (7), em Cachoeirinha. Conforme a polícia, o suspeito tem antecedentes por porte ilegal de arma de fogo, roubo, tráfico de drogas e ato infracional por homicídio quando era adolescente.
Um segundo homem suspeito de envolvimento no ataque ainda não foi identificado. O suposto mandante do crime também é investigado, mas o nome dele ainda não foi divulgado.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (9), na Delegacia Regional de Gravataí, a polícia ainda explicou que um dos alvos era uma das oito pessoas feridas e hospitalizadas. Ele seria ligado à facção rival ao grupo ao qual os autores dos disparos pertencem.
O homem, que tem antecedentes criminais, já foi ouvido pela polícia e liberado do hospital. Ele não foi preso porque, neste caso, é tratado como vítima — o nome não foi divulgado por questões de segurança e para evitar prejuízos para a continuidade da investigação.
O outro alvo, conforme a investigação, foi uma das duas pessoas mortas no ataque: Adélio Júnior Souza Antunes, 28 anos, que foi baleado e fugiu a pé do local, sendo encontrado no dia seguinte ao crime no pátio de uma empresa, distante 400 metros do campo de futebol. Ele havia saído do sistema prisional na mesma semana.
A outra vítima do ataque foi Maiara Emili Silveira da Silva, 20 anos. Sem antecedentes criminais, ela era professora e torcedora do time que havia vencido a partida pelo campeonato municipal.