O governador do Rio de Janeiro, Wilson (PSC), afirmou que traficantes da Cidade de Deus, favela na zona oeste da capital, poderiam ser explodidos por um míssil caso o Estado tivesse autorização da Organização das Nações Unidas (ONU). A declaração foi dada na sexta-feira (14) durante a apresentação da nova etapa de um programa de segurança pública no município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense .
— A nossa Polícia Militar não quer matar. Mas nós não podemos permitir cenas como essa que nós vimos lá na Cidade de Deus — afirmou. — Se fosse com autorização da ONU, em outros lugares do mundo, nós tínhamos autorização para mandar um míssil naquele local e explodir aquelas pessoas.
O mandatário se referia a imagens que mostram homens fortemente armados circulando pela comunidade. Segundo ele, as comunidades "onde eles (criminosos) se infiltraram" vivem em estado de terrorismo. Em seguida, baixou o tom e afirmou que nas favelas há "gente decente, que trabalha, que estuda".
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio, Renata Souza (PSOL), repudiou a declaração. Disse que "revela uma mentalidade autoritária e violenta que expressa, no fundo, o seu preconceito e total desprezo com a vida dos pobres que moram nas favelas do Rio de Janeiro".
Para ela, tratou-se de uma "tentativa de deslegitimar e menosprezar uma importante instituição internacional como a ONU".