Os cinco sócios da Indeal, empresa de investimentos suspeita de fraudes, ficaram em silêncio durante depoimento à Polícia Federal. Os últimos foram levados nesta quarta-feira (29) do sistema prisional para prestar depoimento na Delegacia de Combate a Crimes Financeiros (Delecor) da Polícia Federal (PF), em Porto Alegre. Francisco Daniel Lima de Freitas, Marcos Antônio Fagundes, Tassia Fernanda da Paz, Ângelo Ventura da Silva e Régis Lippert Fernandes preferiram não responder às perguntas dos policiais. Os sócios e mais cinco pessoas estão presos desde 21 de maio, quando a PF deflagrou a Operação Egypto.
Além dos 10 mandados de prisão, a PF cumpriu 25 de busca e apreensão em cinco cidades gaúchas e em Santa Catarina e São Paulo. Conforme as investigações, a Indeal, com sede em Novo Hamburgo, atua no ramo de investimentos em criptomoedas sem autorização do Banco Central. Entre fevereiro de 2018 e maio deste ano, a empresa movimentou R$ 1 bilhão. Conforme apurou GaúchaZH, apesar de movimentar todo esse valor, a Indeal possui contabilidade considerada precária e esse setor da empresa é incompatível com a movimentação financeira que realiza. Um técnico em contabilidade terceirizado era o responsável por esse serviço. O inquérito foi instaurado em janeiro. Conforme a PF, a Indeal assumia o compromisso de retorno de, pelo menos, 15% no primeiro mês de aplicação.
Além dos crimes de operação de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o inquérito apura o envolvimento de pessoas que teriam tentado obter informações sigilosas da investigação e que foram identificadas.
Entre o que foi apreendido, estão carros de luxo, joias, pedras preciosas e mais de R$ 1 milhão, além de euro, dólar e franco suíço.
GaúchaZH ligou para o celular da advogada Veridiana Paiva, que defende a Indeal, mas ela não atendeu às ligações.