Os oito policias militares afastados em uma operação da Corregedoria-Geral da Brigada Militar na quarta-feira (15) são investigados por desviar drogas, munição e dinheiro. Do total, três foram presos — um em Porto Alegre e dois em Canoas, na Região Metropolitana.
Inicialmente, eles vão responder por prevaricação quando o servidor age para "retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal", conforme o Código Penal.
GaúchaZH conseguiu apurar que os materiais eram subtraídos durante operações na rua, antes do registro da ocorrência na delegacia. Uma fonte ouvida pela reportagem, que terá o nome preservado, afirma que os PMs, em uma das ocorrências, apreenderam duas armas e 30 munições. Ao fazer o registro, apresentaram metade das cápsulas. Não se sabe o que fariam com o material, mas, inicialmente, é descartada a ligação com facções criminosas. Uma das hipóteses levantadas é de que um dos PMs seja usuário de entorpecentes e estaria desviando para consumo próprio.
Dos oito afastados, sete atuavam no 15º Batalhão de Canoas e um em Porto Alegre — o local em que trabalhava não foi divulgado para não atrapalhar as investigações. Sobre relação entre eles, GaúchaZH confirmou que, além de colegas de trabalho, eram amigos próximos. Dos oito, sete são soldados e um é sargento. Dos três presos, dois são de Canoas e um é da Capital. A Corregedoria também cumpriu mandados de busca e apreensão em Jaguarão, na Fronteira, na casa de um dos investigados de Canoas.
Conforme o corregedor-geral da BM, coronel Marcio Roberto Galdin, os policiaIs estão sendo investigados desde agosto do ano passado. Sem dar detalhes, o oficial explicou que as situações não começaram a ser apuradas por denúncias, mas por outro motivo, não especificado:
— O policial tem de ter total lisura em relação a seus atos. O policial é referência para toda uma comunidade. Fizemos essa investigação para manutenção da disciplina.
Os policias tiveram armas e identidades funcionais recolhidas. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado e tem 40 dias para ser concluído, podendo ser prorrogado por mais 20 dias.