Os três policiais militares presos em flagrante na última quarta-feira (15) em uma ação da corregedoria da Brigada Militar (BM) foram soltos pela Justiça Militar ainda na última semana. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (20) pela corregedoria-geral da Brigada Militar.
Os três haviam sido presos em flagrante durante a operação, que também afastou outros cinco PMs de suas funções. A BM não informou oficialmente o motivo das prisões, mas GaúchaZH confirmou que a ação era contra o desvio de munição, dinheiro e drogas de ocorrências policiais.
A reportagem procurou a Justiça Militar e aguarda posicionamento sobre o entendimento que levou à soltura dos presos.
De acordo com o corregedor da BM, coronel Marcio Galdino, todos os investigados já prestaram depoimento e auxiliaram a corporação "sem produzir provas contra si". Os investigados devem continuar se apresentando no batalhão enquanto a apuração segue, mas não atuarão no policiamento.
A investigação começou em agosto de 2018. A BM não informa se foi após denúncia anônima ou se foi algo percebido pelo batalhão em que trabalhavam. O corregedor diz que o caso está em segredo de justiça, e por isso evitou dar detalhes. O órgão tem até 25 de junho para finalizar a apuração.
A BM não informou se os PMs afastados já tinham outros casos de suspeita de má conduta. Um dos envolvidos trabalha há 15 anos na corporação.
Dos oito afastados, sete atuavam no 15º Batalhão de Canoas e um no 20º Batalhão, na zona norte de Porto Alegre. Sobre relação entre eles, GaúchaZH confirmou que, além de colegas de trabalho, eram amigos próximos. Dos oito, sete são soldados e um é sargento. A Corregedoria também cumpriu mandados de busca e apreensão em Jaguarão, na Fronteira, na casa de um dos investigados de Canoas.
Os policias tiveram armas e identidades funcionais recolhidas.
Sob suspeita
GaúchaZH apurou que os materiais eram subtraídos durante operações na rua, antes do registro da ocorrência na delegacia. Uma fonte ouvida pela reportagem, que terá o nome preservado, afirma que os PMs, em uma das ocorrências, apreenderam duas armas e 30 munições. Ao fazer o registro, apresentaram metade das cápsulas. Não se sabe o que fariam com o material, mas, inicialmente, é descartada a ligação com facções criminosas. Uma das hipóteses levantadas é de que um dos PMs seja usuário de entorpecentes e estaria desviando para consumo próprio.