O presidente Jair Bolsonaro admitiu, nesta quinta-feira (23), que o decreto assinado por ele, que flexibiliza a posse de armas no país, "dava margem" para a aquisição de fuzil por parte de cidadãos comuns. Esse e outros pontos do texto foram revistos pelo governo e alterados na quarta-feira (22) — após diversas críticas de especialistas, do Legislativo e do Judiciário.
— Até nós reconhecemos aqui que dava margem a isso e refizemos isso aqui — afirmou Bolsonaro.
O chefe do Executivo também afirmou que não foi "claro" sobre a quantidade de armas permitidas por pessoa.
As declarações foram feitas durante a transmissão ao vivo desta quinta, no Facebook. O presidente minimizou as alterações e emendou que não mudou muita coisa" e que "90% foi preservado".
A norma anterior abria brecha para a aquisição de fuzis, mas o novo texto exclui essa possibilidade a qualquer pessoa. Apesar do recuo, o governo manteve a flexibilização do porte de arma para diversas categorias, como caminhoneiros, agentes públicos e políticos durante o exercício do mandato. Também incluiu na lista o guarda portuário.
Nesta quinta, Bolsonaro também citou um projeto de lei de autoria do deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), que trata sobre o uso de armas de fogo no campo. O presidente parabenizou o parlamentar pela proposta e afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria dito que irá colocar a pauta em votação.