A Receita Federal encontrou e reteve nos Correios de São Paulo uma carga de seis peças de airsoft importadas em nome do sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, preso desde março suspeito do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. De acordo com informações do jornal O Globo, o Ministério Público Federal (MPF) foi comunicado do caso e abriu procedimento para investigar o possível envolvimento de Lessa no tráfico internacional de armas.
O airsoft é uma réplica de arma real que dispara bolinhas de plástico. Contudo, a polícia do Rio de Janeiro afirma que Lessa usava peças desses simulacros para fabricar fuzis em oficinas clandestinas e vendê-los no mercado negro.
Em março, a Polícia Civil fluminense encontrou 117 fuzis M-16 na casa de um amigo do sargento reformado, realizando a maior apreensão deste tipo de armamento da história da cidade do Rio.
Como Lessa seguiu os trâmites legais para a compra da mercadoria, valendo-se de instrução normativa sobre o controle aduaneiro de remessas internacionais — cujo responsável pelo Sistema de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) é o Exército —, o MPF emitiu alerta sobre as brechas da legislação que facilitam entrada de componentes de armas.