A Polícia Civil de Rolante realizou, na manhã desta terça-feira (9), operação em cinco cidades para prender traficantes suspeitos de envolvimento no desaparecimento do taxista Sérgio Jaime Bernardes, 64 anos. Dois suspeitos já estavam presos, um foi detido em Portão e outros dois ainda são procurados.
Durante a ofensiva, uma pessoa também foi presa em flagrante por posse ilegal de arma. A ação contou com 40 agentes, que cumpriram três mandados de prisão e 11 de busca em Rolante, Portão, Feliz, Arroio do Sal e na cidade de Penha, em Santa Catarina.
Sérgio Jaime Bernardes foi visto pela última vez no dia 28 de março, no interior do município do Vale do Paranhana. Casado há quatro décadas e pai de dois filhos, ele trabalha há 10 anos como taxista.
O idoso desapareceu na localidade do Morro da Figueira, junto com o táxi, um Spin. O carro foi localizado parcialmente queimado em Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte, no mesmo dia em que o motorista desapareceu.
Durante a investigação, a polícia chegou aos nomes dos cinco traficantes que atuam na região entre o município e o Litoral. Dois foram presos preventivamente em Santo Antônio da Patrulha, na semana passada. Os nomes dos suspeitos ainda não foram divulgados, o que deve ocorrer até a conclusão do inquérito.
Disputa entre traficantes
O titular da Delegacia Regional das Hortênsias, delegado Heliomar Franco, diz que o caso pode ter sido motivado pela disputa por pontos de venda de drogas entre integrantes de duas facções criminosas. Os grupos, com base em Porto Alegre e em Novo Hamburgo, estariam por trás de vários homicídios na região de Rolante.
Contudo, o delegado diz que ainda está sendo investigada a ligação com a vítima e a motivação para o crime. Segundo ele, há detalhes que ainda precisam ser confirmados, inclusive aguardando os resultados de perícias.
— Precisamos saber até mesmo se ele era o alvo dos traficantes ou (se era) outra pessoa, e também porque os criminosos visavam o táxi — ressalta Franco.
Investigação
Conforme o delegado, a polícia foi informada de que um corpo havia sido enterrado em Portão, na quinta-feira, e foi verificar se seria o do taxista. Buscas foram realizadas, mas nada foi encontrado.
Depois, soube-se que homens suspeitos, com pás e enxadas, rondavam à noite o mesmo local. No entanto, nada foi confirmado.
Já no último sábado, um corpo carbonizado foi encontrado dentro de um carro no bairro Rio Branco, em Canoas. Havia indícios que se tratava do mesmo caso de Portão, e o delegado acredita que os traficantes possam ter desenterrado o corpo para despistar ou confundir a investigação.
A perícia foi acionada, e os agentes de Rolante descobriram que os suspeitos pelo desaparecimento do taxista seriam os mesmos envolvidos neste assassinato. Franco diz que a chave para apurar os fatos é a identificação do corpo.
O carro encontrado em chamas em Canoas é semelhante a um veículo visto por testemunhas próximo ao do taxista na noite em que ele desapareceu.