O 21º Batalhão da Brigada Militar (BM) está com todo o efetivo nas ruas da Restinga nesta segunda-feira (1º), inclusive com viaturas e motos, após várias trocas de tiros registradas nas ruas do bairro da zona sul de Porto Alegre nas últimas duas semanas. No fim de semana, quando iniciou o reforço do patrulhamento, um homem foi morto no sábado (30) e dois foram baleados neste domingo (31). Seis suspeitos foram presos. Algumas escolas estão em alerta e pelo menos oito estabelecimentos de ensino cancelaram as aulas nesta segunda-feira, além de uma unidade básica de saúde que não abriu.
Além de seis creches comunitárias, as escolas estaduais José do Patrocínio e Ildo Meneguetti também não tiveram aulas. A Unidade Básica de Saúde Restinga também não abriu nesta segunda-feira. O comandante da BM na região, tenente-coronel Alex Severo, diz que a medida é preventiva, com o objetivo de evitar que outras pessoas sejam atingidas pelos disparos de arma constantes nos últimos dias, inclusive com o risco de bala perdida. Todas as vítimas registradas desde a segunda semana de março, segundo a BM, tinham envolvimento com o tráfico de drogas, já que ocorre uma recente disputa por pontos de venda entre integrantes de duas facções criminosas. No último sábado, por exemplo, um jovem foi morto na Estrada João Antônio da Silveira e, no domingo, criminosos trocaram tiros após roubo de veículo. Dois deles, de grupos opostos, foram baleados.
Desde a noite de domingo, foram presos pela corporação seis suspeitos de participarem das trocas de tiros e dos casos das pessoas baleadas. No fim de semana retrasado, houve troca de tiros em plena luz do dia na Rua Belize — no entanto, não houve feridos. O fato foi um dos motivos para que a Polícia Civil deflagrasse uma operação contra o tráfico de drogas em um condomínio residencial na região durante a semana passada.
O tenente-coronel Severo nega que novas ameaças de tiroteio tenham ocorrido nesta segunda-feira e informa que as duas creches não abriram por decisão própria. O comandante destaca que as instituições foram orientadas e avisadas de que a situação já está sob controle e que também não houve toque de recolher. A BM prioriza as rondas nos estabelecimentos de ensino, no hospital e em áreas de comércio. Moradores ouvidos por GaúchaZH, que não querem ser identificados, estão temerosos, mas relataram que a presença em peso dos brigadianos nas ruas está sendo importante para estancar os tiroteios. O patrulhamento reforçado será por tempo indeterminado e, se necessário, conta ainda com o apoio do Batalhão de Polícia de Choque.