A Justiça do Rio de Janeiro recebeu denúncia contra os dois suspeitos de participar do atentado que culminou na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Com isso, o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz viraram réus no processo. A decisão é do juiz Gustavo Kalil, do 4º Tribunal do Júri do Rio.
No despacho, o magistrado também determinou em caráter liminar (provisório) que a dupla seja transferida para estabelecimento penal federal de segurança máxima. A casa prisional será definida pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Além disso, bens móveis e imóveis em nome de Lessa e de Queiroz, até o limite dos valores solicitados a título de indenização pelo Ministério Público, serão apreendidos, conforme a medida.
Ao justificar o pedido de confisco, o Ministério Público (MP) informa que a medida visa garantir o ressarcimento dos danos materiais e morais causados aos familiares dos mortos e também à vítima sobrevivente – a assessora de Marielle que sobreviveu ao ataque.
Segundo a denúncia do MP, Lessa seria o atirador que disparou 13 vezes contra o veículo onde estava Marielle, matando a vereadora e o motorista. Queiroz seria o condutor do veículo que transportava Lessa e emboscou a carro da parlamentar no centro do Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018.
Repasse de R$ 100 mil
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou em relatório que Lessa recebeu em sua conta um depósito de R$ 100 mil em espécie sete meses após o crime. O relatório do Coaf foi citado pelo Ministério Público no pedido de bloqueio dos bens dos dois suspeitos.
A próxima fase da investigação do assassinato de Marielle terá como objetivo responder se havia um mandante por trás do crime e quais são suas motivações. O assassinato completou um ano nesta quinta-feira (14).