A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (21) uma grande operação contra uma facção que tem base no Vale do Sinos e age em todo o Estado. Foram cumpridos 80 mandados de prisão e 50 de busca em oito cidades, incluindo 10 presídios. Participaram 250 agentes no combate a homicídios, tráfico de drogas, roubos, receptação e lavagem de dinheiro. Até as 9h, 43 mandados de prisão já haviam sido cumpridos, 13 suspeitos foram detidos em residências e outros 30 já estavam em penitenciárias, muitos deles apontados como líderes e executores da organização criminosa.
A investigação de um ano da Delegacia de Homicídios de São Leopoldo identificou 80 pessoas envolvidas em vários crimes, mas principalmente assassinatos na região. O delegado Vinícios do Valle, responsável pelo caso, preferiu não informar o número de mortes apuradas, mas destacou que todas estão relacionadas à guerra entre facções criminosas no Rio Grande do Sul. O grupo investigado é responsável por tráfico de drogas, homicídios, roubos, receptação de automóveis e lavagem de dinheiro — atividade na qual adquiriam bens como veículos, imóveis e estabelecimentos comerciais.
— Eles tinham várias tele-entregas, como disque-pizza, disque-lanches, entre outros — afirma Valle.
A facção também depositava dinheiro ilícito em 14 contas bancárias em nome de laranjas. A polícia ainda não contabilizou os valores e também apura a movimentação financeira da facção. Valle disse que esta parte será uma segunda etapa da investigação.
As ações nesta quinta-feira ocorrem em São Leopoldo, Canoas, Charqueadas, Montenegro, Guaíba, Arroio dos Ratos, Taquara e Porto Alegre, além de 10 presídios estaduais, como o Presídio Feminino de Guaíba, Presídio Central, Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, Modulada de Charqueadas, Modulada de Montenegro, entre outros.
Imagens
Valle diz ainda que parte destes criminosos presos nesta quinta-feira aparece em um vídeo divulgado nas redes sociais durante as festas de fim de ano. Os integrantes da facção comemoram o Natal e o Ano-Novo dançando com armas nas mãos, inclusive fuzis. A polícia não está divulgando os nomes dos presos na operação chamada Cible-Mor.