O tão esperado começo do julgamento dos acusados de matar Bernardo Uglione Boldrini só ocorrerá a partir das 12h30min desta segunda-feira (11), no fórum de Três Passos. Depois de passar a manhã cumprindo os trâmites previstos para o júri, como o sorteio dos jurados — cinco homens e duas mulheres —, a juíza Sucilene Engler suspendeu o andamento dos trabalhos para período de almoço.
No retorno, a primeira testemunha a ser ouvida será a delegada Caroline Bamberg Machado, arrolada pelo Ministério Público (MP). Ela foi a responsável pela investigação do crime. A previsão é de que seja um depoimento longo.
Ao redor do fórum, a agitação pela manhã ficou por conta do entra e sai de testemunhas e de jurados e da chegada dos quatro réus. Quando o cirurgião Leandro Boldrini, pai de Bernardo, entrou no prédio, um homem que observava a cena suspirou:
— Era um bom médico.
Houve pouca presença de moradores durante a manhã no local. Também não foram registradas manifestações nas imediações. A Justiça proibiu a presença de carros de som. Do outro lado da calçada do fórum, apenas duas mulheres apareceram usando camisetas com fotos de Bernardo, em uma manifestação silenciosa.
Uma fila de advogados e outras pessoas interessadas em assistir a sessão chegou a se formar, mas ninguém entrou no prédio.
O promotor do caso, Bruno Bonamente, falou brevemente com jornalistas. Disse acreditar que as provas que constam do processo são suficientes para condenar os quatro réus. Também citou a motivação do assassinato, que seria ganância e o fato de o menino ser visto pelo pai e pela madrasta como um "estorvo".
Em razão do tamanho do processo, com 9 mil páginas, e do tempo que o julgamento deve durar, previsto para uma semana, Bonamente recebeu apoio de dois colegas: Ederson Luciano Maia Vieira e Silvia Inês Miron Jappe. Também está no fórum o coordenador do Centro de Apoio Criminal do MP, Luciano Vaccaro.
O único advogado de defesa a dar declarações pela manhã foi Vanderlei Pompeo de Mattos, que defende a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini. Ele sustenta a tese de que a morte foi acidental, porque o menino tomou os remédios em excesso, e, por isso, quer que Graciele responda por homicídio culposo. Sobre a ocultação do corpo, o advogado explica que Graciele entrou em desespero ao ver que o menino havia morrido e agiu tentando ocultar o fato.
A sessão começará às 12h30min e, por enquanto, ainda não houve definição da Justiça sobre horário para término.