A morte de uma adolescente de 14 anos abalou a rotina de uma escola municipal em Pelotas, no sul do Estado. Laisla Ribeiro foi morta a facadas na noite de terça-feira (5), em uma rua do bairro Três Vendas, em um crime que teria sido motivado por desavença com outras duas adolescentes, também de 14 anos, que foram apreendidas. As duas suspeitas tinham sido matriculadas na mesma escola de Laisla, mas estavam em processo de evasão. Na quarta-feira (6), as aulas foram suspensas para que alunos e professores fossem até o sepultamento da vítima.
Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os nomes das duas suspeitas apreendidas e da escola não serão divulgados. O diretor da instituição de ensino afirmou que a comunidade escolar está muito abalada com a notícia envolvendo as alunas. Segundo o professor, Laisla havia enfrentado alguns problemas de desempenho na escola nos últimos anos, mas neste começo de ano letivo estava esforçada e empenhada nos estudos.
— A Laisla nos últimos anos havia sido reprovada em algumas disciplinas, e enfrentava problemas de desempenho. Neste ano ela estava diferente, mais esforçada e não faltava a aulas. Foi uma grande surpresa para nós.
As duas adolescentes suspeitas do crime estudaram na mesma escola nos últimos anos. Elas inclusive estavam matriculadas para este ano letivo, mas não frequentavam as aulas. Segundo o diretor, não existe registro no Serviço de Orientação Educacional de algum problema no passado entre as alunas.
— As duas suspeitas haviam realizado matrícula, mas não vieram às aulas neste ano. Nunca soubemos de problemas relacionados a elas.
Questionado a respeito do sentimento de ver uma aluna brutalmente assassinada por colegas, o professor afirmou que a situação é triste, mas que como educador ele tem que superá-la rapidamente, pois precisa dar força aos alunos e colegas.
— É muito triste isso tudo. Sinto como se fosse uma batalha que a gente tivesse perdido, mas ao mesmo tempo, quando chegamos na escola, a gente pensa que tem que recomeçar essa guerra e não podemos desistir.
Os alunos retomaram as aulas nesta quinta-feira (7). Segundo a direção da escola, os professores foram orientados a conversarem com os alunos sobre o episódio. A instituição não tem psicólogos.