Uma denúncia falsa acabou levando um homem de 51 anos à cadeia injustamente. O caso ocorreu em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, no último dia 26. A suposta vítima, uma jovem de 24 anos, acionou a polícia alegando ter sido violentada sexualmente pelo pai, conforme a delegada Raquel Peixoto, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). No entanto, posteriormente, as autoridades perceberam que se tratava de uma mentira. O suspeito foi solto depois de passar quatro dias detido.
De acordo com Raquel, no momento da queixa, policiais das Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo e de São Leopoldo foram deslocados para atender a ocorrência. O acusado foi preso em flagrante na ocasião.
— Ela (vítima) deu versão de que havia acabado de ser estuprada — relata a delegada.
No entanto, no decorrer das investigações, a polícia começou a desconfiar do relato dado pela denunciante. Entre as razões para isso, está o fato de que ela fugiu da delegacia no dia em que seria trazida à Capital para fazer exame de verificação de violência sexual.
— Quando a vítima é vítima, a primeira coisa que ela quer é ajudar a comprovar o crime — ressalta a delegada.
Os investigadores tentaram contato com a mulher, mas ela não atendia ao telefone e não foi mais localizada. Ela só foi encontrada porque estava grávida e os hospitais, avisados previamente, comunicaram a polícia quando a jovem deu entrada para fazer o parto. A denunciante, então, confirmou que estava mentindo, e passou a dizer que queria se vingar do pai porque ele não havia convivido com ela.
A delegada também ouviu o homem novamente. Segundo Raquel, ele deu uma versão coerente de que estava acompanhado de amigos no momento em que crime teria ocorrido. Os citados confirmaram o álibi.
O pai da vítima ainda disse que não conviveu com a garota quando criança e que ela morava em um abrigo, informação que também foi confirmada pelos policiais.
A delegada destaca que esse tipo de atitude, além de desrespeitosa com a polícia, coloca em descrédito outras vítimas de abuso sexual. Foi aberto inquérito para apurar a situação.