Ao menos 10 pessoas que foram rendidas ou testemunharam o roubo de uma carga de 9 mil aparelhos celulares dentro do depósito da Latam no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, prestam depoimento nesta terça-feira (26) aos policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Entre elas, está o dono da empresa de transporte, que foi rendido em casa, e o motorista da van usada pelos criminosos.
Para a polícia, a quadrilha só teve acesso ao local porque o veículo já era cadastrado no aeroporto, o que não levantou suspeita dos seguranças. Por isso, o dono da empresa e o motorista da transportadora são considerados testemunhas essenciais na investigação.
Até o inicío d atarde, eles seguiam sendo questionados por agentes da Delegacia de Furto e Roubo de Cargas. GaúchaZH esteve na delegacia durante a manhã e tentou falar com alguns dos funcionários.
— Não posso falar, por orientação do advogado. Mas eu estava lá. Foi horrível, assustador — relatou um deles, que preferiu não se identificar.
O delegado Arthur Raldi afirma que, em um primeiro momento, todos as pessoas que prestam depoimento estão na condição de testemunha. Mas não descarta que, ao longo da investigação, algumas passem para a condição de investigados.
— São várias empresas envolvidas. A chance de uma dessas pessoas (funcionários) estar envolvida é grande. Qualquer um que tenha a informação da cadeia de segurança pode ter repassado (aos criminosos) — disse.
Os funcionários estão dando detalhes de como o crime ocorreu dentro do depósito, em ação que durou aproximadamente duas horas. A polícia já sabe que a quadrilha rendeu o dono da empresa de transporte, por volta das 2h, na casa dele, em Alvorada. Depois, o obrigaram a chamar o motorista e entraram sem levantar suspeitas no aeroporto.
As imagens de câmeras de segurança do Salgado Filho devem ser repassadas nas próximas horas à polícia. No próprio aeroporto, policiais viram os vídeos, mas ainda não puderam fazer análise detalhada. As câmeras flagraram toda a ação.
A polícia informa também que o crime tem semelhanças com o assalto ao depósito da Multisom, em novembro do ano passado, quando foram levados 1,9 mil celulares. Daquele ataque, nove criminosos foram presos. Com o novo crime, a polícia diz que pode haver um mentor por trás dos dois ataques que tenha escapado da investigação.