Informações preliminares que a Polícia Civil de Estância Velha obteve a partir da perícia feita no corpo do ex-prefeito de Estância Velha, Elivir Desiam, 57 anos, reforçam a tese de que o político estrangulou a namorada e depois cometeu suicídio. Conforme o delegado Fernando Branco Pires, fotos feitas pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) mostram marcas no antebraço do político. A suspeita é de que os ferimentos tenham sido feitos enquanto ele estrangulava a namorada, a funcionária pública Lúcia Bialoso Valença, 35 anos.
— Numa dedução lógica, são ferimentos compatíveis com o de alguém que se lesionou enquanto cometia o estrangulamento. Ela estava com marcas no pescoço e com as unhas quebradas, possivelmente, por tentar uma reação — explicou o delegado.
A Polícia Civil ainda aguarda os laudos finais do IGP para concluir o inquérito. Os investigadores estão analisando também o extrato telefônico das ligações feitas por Lúcia. Isso foi possível porque a linha estava em nome do ex-marido da vítima. A polícia aguarda ordem judicial para obter os dados do celular do ex-prefeito.
De acordo com o delegado, familiares e amigos ouvidos nos depoimentos confirmaram que o casal tinham uma relação conturbada e com brigas constantes, embora estivessem com casamento marcado. As principais testemunhas do crime já foram ouvidas.
O ex-prefeito morreu no posto de saúde de Imbé no dia 29 de dezembro, depois de ter sido encontrado próximo à guarita 130 da praia. Antes disso, teria avisado a ex-mulher que havia matado a namorada e estava se deslocando para o Litoral Norte para cometer suicídio.
Lúcia teria sido estrangulada com uma corda de um vestido. O corpo foi encontrado enrolado em um cobertor no chão da cozinha da casa onde morava com o ex-prefeito. Junto, havia cerca de R$ 3 mil colocados de forma organizada em meio ao cobertor.
Desiam foi duas vezes prefeito de Estância Velha e candidato a deputado estadual nas eleições de 2018.