Para tentar fugir da mira dos policiais, a maioria dos cerca de 50 investigados na Operação All In – deflagrada nesta quinta-feira (22) no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul – se escondia no litoral sul catarinense, em Garopaba e em Imbituba. Segundo o diretor de Investigações do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado Mario Souza, a base do esquema funcionava nas praias do Estado.
— Traficantes gaúchos e catarinenses são investigados por um complexo e diferenciado esquema de tráfico de drogas. E chamou atenção a opção deles por escolher o litoral catarinense, por ser um lugar longe de grandes movimentações e voltado para o turismo, não despertando aparentemente a atenção da polícia — ressaltou.
Souza disse ainda que a venda de drogas ocorria para vários Estados, principalmente das regiões Sul e Sudeste do país. O delegado ressaltou que o esquema funcionava como um cartel – ou seja, o grupo comprava drogas via Foz do Iguaçu, no Paraná e, por meio de um complexo esquema de distribuição, revendia para outras quadrilhas.
Operação
Conforme a investigação, em apenas quatro meses, o grupo teria movimentado cerca de R$ 2 milhões. Além do tráfico de drogas, os criminosos também traficavam armas e lavavam dinheiro com depósitos em contas bancárias e compra de veículos de luxo.
Em 10 meses de apuração, a polícia identificou 46 envolvidos. A investigação começou após apreensão de cerca de duas toneladas de maconha, no início do ano, em Garopaba.
Mais de 200 policiais cumpriram nesta quinta-feira 92 mandados judiciais, sendo 35 de prisão – 15 deles em seis cidades no Rio Grande do Sul. As ações no Estado foram na Região Metropolitana, no Vale do Sinos e em Passo Fundo.
Até as 18h, 27 suspeitos haviam sido presos em Santa Catarina (22) e no Rio Grande do Sul (5). Os nomes dos detidos não foram divulgados, mas Souza informou que os dois líderes foram presos, um gaúcho e um catarinense.