
Com desfecho sob sigilo, o delegado Rodrigo Reis, responsável pela investigação de um assassinato no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, promete concluir o inquérito na primeira quinzena de novembro. Há um mês, um policial militar da reserva se apresentou à Polícia Civil e relatou ter sido o autor dos disparos que atingiram a vítima. Ele alegou legítima defesa.
Rafael Giovane Silveira da Silva, 26 anos, foi encontrado morto na tarde de 27 de setembro. Disparos foram ouvidos pelos estudantes, e o corpo do rapaz foi localizado caído nos fundos do prédio 50 da universidade. Silva tombou em um local estreito, entre uma parede e um corrimão, com as mãos juntas e para trás do corpo. Os disparos atingiram o homem em um dos braços, no tórax e no pescoço, próximo da cabeça. De acordo com a polícia, ele tinha antecedentes por roubo e violência doméstica.
— No fim da semana que vem ou no início da outra vamos concluir o caso e divulgar, ainda na primeira quinzena de novembro. Até lá não vou dar detalhes — resumiu Reis, que é titular da 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DHPP).
Ao longo da investigação, o delegado relatou que estava em busca de imagens de câmeras de segurança para verificar a versão apresentada pelo PM da reserva. Para isso, a polícia solicitou cerca de 20 horas de imagens captadas por 10 equipamentos da universidade próximos do local da morte. Nesta sexta-feira (2), Reis preferiu não informar se conseguiu ter acesso ao vídeo do momento dos disparos.
Durante o depoimento à polícia, o PM aposentado contou que foi até a universidade conversar com seu filho, vigilante no local. Após estacionar o carro nas proximidades do prédio 50, teria visto uma movimentação de pessoas, entre elas, de outro policial militar da reserva.
Ele contou que esse grupo estaria tentando conter Silva, que estaria agitado após ter sido flagrado cometendo roubos no local. O policial disse ainda que se aproximou para tentar acalmar o rapaz, mas foi surpreendido por Silva, que teria tentado pegar sua arma.
O PM da reserva alegou que reagiu, efetuando inicialmente um disparo de advertência e, na sequência, outros três, que atingiram o rapaz. O nome do policial, que se apresentou acompanhado por advogado, não foi divulgado pela polícia. Após ser ouvido, ele foi liberado.
Segundo a PUCRS, diariamente, cerca de 50 mil pessoas circulam pelo campus. A universidade emitiu nota sobre o caso, no qual afirma que "segue colaborando com a investigação" e que "o investimento em melhorias na segurança é constante". Conforme a instituição, neste ano foram instaladas mais 20 câmeras nas dependências, num total de 540 equipamentos. A universidade conta com 140 vigilantes.