
O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.
Eduardo Leite se filiou ao PSD sem a garantia de concorrer a presidente e ciente de que Gilberto Kassab promete apoio a Tarcísio de Freitas, mas vê com ceticismo a candidatura presidencial do governador de São Paulo.
Menos pela promessa pública de que tentará a reeleição e mais pela estratégia de Jair Bolsonaro para 2026.
No cálculo de Leite, Bolsonaro repetirá o que Lula fez em 2018: mesmo inelegível, levará a candidatura até o fim, registrará a chapa e aguardará o indeferimento no Tribunal Superior Eleitoral para só então indicar apoio a alguém.
Isso obrigaria Tarcísio a renunciar a seis meses da eleição, deixando em stand-by seu próprio futuro e a sucessão no maior Estado do país.
Nova cicatriz
O fracasso na negociação para repassar parte da gestão da saúde de Porto Alegre para o governo do Estado causou mais uma fissura na tormentosa relação política do prefeito Sebastião Melo com o governador Eduardo Leite.
Na prefeitura, há convicção de que Leite blefou ao fazer a oferta, com o objetivo de aplacar as queixas por mais recursos estaduais para a Capital. No Piratini, a interpretação é de que Melo aceitou a proposta e depois recuou, ao entender seu impacto.