A Polícia Civil realizou na manhã desta quarta-feira (14) uma nova operação para combater o crime de lavagem de dinheiro. Uma organização criminosa que explorava jogos de azar é investigada por adquirir de forma ilícita 31 apartamentos e estabelecimentos comerciais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. São mais de 50 suspeitos envolvidos e todos os bens, incluindo veículos, foram avaliados em mais de R$ 16 milhões. Ao todo, 27 mandados judiciais foram cumpridos em Porto Alegre, Canoas e em Bombinhas, no litoral norte catarinense.
Dos 27 mandados cumpridos por cerca de 120 policiais, 22 foram de busca e cinco de prisão. No entanto, três alvos não foram localizados porque os suspeitos fugiram para fora do país — os outros dois envolvidos no esquema criminoso ainda eram procurados por volta das 7h. Os nomes deles ainda não foram divulgados pelo fato de que a investigação continua.
O Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE) da Polícia Civil, responsável pela ação, realiza nesta quarta-feira a segunda etapa ostensiva da operação Repasse. A investigação de dois anos conta com participação do Ministério Público, por meio da Promotoria Especializada no Combate à Lavagem de Dinheiro.
O delegado Filipe Bringhenti, titular da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do GIE, diz que a Justiça ordenou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 24 pessoas investigadas, incluindo o bloqueio das contas bancárias destes suspeitos, além da quebra de sigilo de aplicações financeiras diversas de 57 pessoas.
Bringhenti diz que todos os bens foram adquiridos em nome de laranjas e que a polícia ainda conseguiu obter o sequestro judicial de 31 imóveis avaliados em R$ 15 milhões e de 18 veículos avaliados em R$ 1,1 milhão, sendo que quatro deles serão usados pela polícia no combate ao crime.
— Alguns dos imóveis são de elevado valor comercial e que eram utilizados para facilitar o acesso, bem como para o sucesso na exploração do jogo de azar — ressalta Bringhenti.
Segundo o diretor do GIE, delegado Cristiano Reschke, essa ação reforça a estratégia da Polícia Civil no enfrentamento ao crime organizado, que é seguir o rastro do dinheiro para buscar a descapitalização e a asfixia financeira das organizações criminosas, desestimulando a atividade ilícita. Na primeira parte ostensiva desta investigação, em abril deste ano, mais de 60 veículos e imóveis foram sequestrados judicialmente em 32 mandados judiciais em Porto Alegre, Cachoeirinha, Canoas e Xangri-lá. Os bens, na época, foram avaliados em R$ 15 milhões e, somados ao desta segunda fase, totalizam R$ 31 milhões.